Vaticano, Oct 17, 2019 / 16:30 pm
O Esmoleiro Pontifício, Cardeal Konrad Krajewski, celebrou nesta quinta-feira o funeral de uma mulher sem-teto que morreu em 13 de fevereiro, aos 63 anos, porque somente agora as autoridades italianas terminaram os procedimentos burocráticos.
Em uma nota enviada pela Esmolaria Apostólica, informou-se que o funeral foi realizado às 9h30, na paróquia de São Romão Mártir, que é a igreja mais próxima da estação de Tiburtina, onde Hanna Lidia Czajer, de nacionalidade polonesa, vivia desde 2014 e onde ficou gravemente doente enquanto dormia ao ar livre.
Hanna Lidia Czajer foi internada no Hospital San Carlo di Nancy por causa de pneumonia grave.
Informou-se que o funeral "ocorreu oito meses após sua morte devido aos procedimentos burocráticos: somente nesses dias o magistrado italiano determinou o fim da investigação de sua morte, dando a possibilidade, assim, à realização do funeral".
O que é a Esmolaria Apostólica
A Esmolaria Apostólica é o Departamento da Santa Sé que tem a função de exercer a caridade para com os pobres em nome do Sumo Pontífice.
Segundo explica em seu site, esta prática remonta aos primeiros séculos da Igreja e estava sob a direta competência dos Diáconos. Sucessivamente, este encargo foi exercitado por um ou mais familiares dos Pontífices sem uma especial dignidade hierárquica ou prelatícia, que foi conferida mais tarde. Em uma Bula de Inocêncio III (1198-1216), fala-se do Esmoleiro como cargo já existente.
O Papa que por primeiro organizou a Esmolaria Apostólica foi o Bem-aventurado Gregório X (1271-1276), o qual estabeleceu as atribuições do Esmoleiro. Também Alexandre V, com uma Bula de 1409, regulamentou as formalidades e as normas da Esmolaria, que sempre desempenhou a própria atividade graças à constante preocupação dos pontífices.
O Esmoleiro de Sua Santidade tem a dignidade Arquiepiscopal, faz parte da Família Pontifícia e, como tal, toma parte nas celebrações litúrgicas e nas Audiências oficiais do Santo Padre.
O Papa Leão XIII, também com o objetivo de favorecer a coleta de fundos para as obras de caridade confiadas à Esmolaria, delegou ao Esmoleiro a faculdade de conceder a Bênção Apostólica por meio de diplomas em papel pergaminho, os quais, para serem autênticos, devem ter a assinatura do próprio Esmoleiro e o carimbo a seco do seu Departamento.
"Note-se que a concessão da Bênção Papal é completamente gratuita e que os custos se referem unicamente ao pergaminho e aos gastos para a sua preparação e expedição, assim como de um contributo para o exercício da caridade Papal", indica.
Assinala que "todas as entradas que chegam à Esmolaria Apostólica como contribuição para a emissão de diplomas de Bênçãos são inteiramente destinados à caridade que este Departamento exerce para com os desvalidos que todos os dias, nas suas necessidades, estendem as mãos pedindo adjutório ao Sucessor de Pedro".
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