28 de dezembro de 2024 Doar
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Massacre de crianças e mães no México: A família está sob dois fogos, denunciam

Imagem referencial. Crédito: Pixabay | Domínio público.

Diante das terríveis notícias do massacre de crianças e mulheres nas mãos do crime organizado no norte do México, a Frente Nacional para a Família denunciou o abandono no qual o governo de Andrés Manuel López Obrador tem a segurança e a família, que "está sob dois fogos": o do crime organizado e o da promoção do aborto e da ideologia de gênero.

Em diálogo com ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, Rodrigo Iván Cortés, presidente da Frente Nacional para a Família (FNF), disse que o assassinato de seis crianças e três mães, integrantes da família mexicana-americana LeBarón, "nos fala sobre uma dor que clama ao Céu".

Três mulheres e 14 crianças foram emboscadas por um grupo armado quando se locomoviam perto da fronteira dos estados mexicanos de Sonora e Chihuahua, no norte do país, em 4 de novembro.

Em uma coletiva de imprensa na manhã de 5 de novembro, o secretário de Segurança e Proteção Cidadã do México, Alfonso Durazo Montaño, assinalou que "o saldo da agressão é de nove mortes: três mulheres e seis menores; seis menores feridos e um menor ileso e uma menor supostamente desaparecida".

A família atacada pertence a um ramo separado da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) e se estabeleceu nas primeiras décadas do século XX na Colônia LeBarón, em Chihuahua.

A família LeBarón sofreu graves ataques do crime organizado na região. Em maio de 2009, Erick LeBarón, de 17 anos, foi sequestrado e depois libertado. Dois meses depois, Benjamin LeBarón, irmão de Erick, e Luis Widmar Stubbs foram sequestrados e assassinados.

Em 5 de novembro, López Obrador publicou suas "condolências" e enviou "um abraço a toda a família LeBarón, aos familiares das vítimas".

"É uma desgraça lamentável, porque crianças inocentes perdem a vida. Vai ser feito o que corresponde nesses casos e é nossa obrigação: coletar todas as informações para ver as causas e prender os culpados, que haja justiça", afirmou.

Através do Twitter, Dom Alfonso Miranda Guardiola, secretário-geral da Conferência do Episcopado do México (CEM), expressou a "dor e indignação" da Igreja Católica "por esses atos criminosos que tocam as fibras mais sensíveis".

"O crime foi contra mulheres e crianças de uma família. Mais um grito que clama no deserto. Aumenta a desolação, o desânimo, a frustração. Em oração por esta família e pelo México", disse.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou os assassinos de "monstros" e ofereceu ajuda ao México para erradicar os cartéis do narcotráfico.

Segundo vários relatos da imprensa mexicana, o governo López Obrador, que assumiu o cargo em dezembro de 2018, havia retirado a guarda policial designada desde 2009 para a família LeBarón.

Em diálogo com ACI Prensa, o presidente da Frente Nacional para a Família descreveu como "inédito" que "uma família como a LeBarón tenha sido abandonada pelo governo. Uma vez que essa família, que já havia sido atacada com assassinatos, com sequestros, porque o crime organizado está invadindo as áreas onde vivem, como as comunidades mórmons, tinha a segurança da Polícia Federal justamente por causa desses atos e lhes foi retirada".

O presidente da FNF também denunciou que "a família no México está sob dois fogos". Por um lado, disse, há "o ataque do crime organizado, que com negócios ilícitos, como drogas, tráfico de seres humanos, arrebata os filhos das famílias, com assassinato".

"Mas também há o outro fogo, que ataca a família a partir da esfera governamental, a partir das bancadas onde existem membros de Morena (NdR.: Partido de López Obrador) que em 23 estados da República querem legalizar o crime astuto do aborto".

"Parece que não se contentam com o sangue que já está derramado pelo crime organizado, e agora, além disso, querem o do crime organizado do aborto", disse.

Além disso, continuou, "querem legalizar o esvaziamento da instituição matrimonial e querem impor a ideologia de gênero com a gravíssima confusão que esta gera nos menores".

Cortés também assinalou "o ataque que o Supremo Tribunal de Justiça da Nação está fazendo à família, e onde vemos como de maneira extremamente irresponsável, sem fundamento na Constituição, desapegados do direito e passando por cima de suas próprias normas e protocolos, se quer, sob a liderança muito questionável de Arturo Zaldívar Lelo de Larrea, impor a partir daí o antinatalismo e a ideologia de gênero".

"Como Frente Nacional da Família, dói-nos muito o que está acontecendo e essa dor nos faz gritar uma exigência, especialmente ao presidente da República: queremos dizer a ele, com toda a nossa dor, que pare os ataques à família, que se concentrem no combate ao crime organizado".

O presidente da FNF assinalou que esta plataforma se unirá de forma binacional com outras que defendem a vida e a família nos Estados Unidos, "porque a família LeBarón é um exemplo como muitas famílias binacionais, que são tanto mexicanas como americanas" e que sofrem o ataque do crime organizado e das políticas em favor do aborto e da ideologia de gênero.

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