21 de dezembro de 2024 Doar
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"Esperamos o Papa como construtor da paz", assinala sacerdote no Japão

Papa Francisco. | Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Perto do início de uma nova viagem apostólica do Papa Francisco, o ex-provincial da Companhia de Jesus no Japão e atual delegado para o Apostolado Social, Pe. Yoshio Kajiyama, afirmou que a expectativa é que o Santo Padre chegue ao país como um "construtor de paz", em meio às armas nucleares.

Em declarações a Vatican News, o sacerdote assinalou que "os católicos nesta nação asiática são quase meio milhão", uma minoria em um país com mais de 126 milhões de pessoas.

Segundo os dados disponíveis mais recentes, aproximadamente 35% dos japoneses afirmam ser budistas, enquanto entre 3 e 4% reconhecem fazer parte do xintoísmo ou das religiões populares japonesas associadas. Somente entre 1 e 2% dos japoneses se identificam como cristãos, e metade deles são católicos.

O sacerdote comentou que a principal expectativa gerada pela viagem do Papa ao Japão é o seu discurso, que se espera que seja "uma mensagem como construtor da paz", em meio às armas nucleares.

"A Igreja Católica no Japão é pequena, mas sua mensagem teve um eco no povo japonês", assinalou o sacerdote, referindo-se à visita de São João Paulo II ao país asiático de 24 a 26 de fevereiro de 1981. Acrescentou que esperam ansiosos "a mensagem do Papa Francisco em Nagasaki".

Situação dos jesuítas no Japão

O sacerdote comentou que uma das missões dos jesuítas no país "é ensinar teologia e filosofia na Universidade de Sofia", uma das universidades privadas mais importantes do país, além de serem responsáveis pelas escolas de ensino médio. "De lá vem estudantes católicos, com quem podemos entrar em contato e com quem temos uma relação muito especial", afirmou.

No entanto, Pe. Kajiyama assinala que a maioria dos estudantes universitários não é católica, a população fiel será "talvez dois ou três por cento". "Eles gostam de estudar e viver de acordo com uma boa consciência. É muito difícil atendê-los religiosamente e mais difícil batizá-los. A religião não é sua maior preocupação", comentou.

Os jesuítas têm um centro social na cidade de Osaka, onde servem a pessoas que vivem nas ruas. Sobre essa realidade, disse que "as autoridades não cuidam dessas pessoas". "No Japão há pobreza e pessoas morando nas ruas", disse Pe. Kajiyama.

"Temos muitos católicos das Filipinas e da América Latina", assinalou o sacerdote. Indicou que muitas dessas crianças migrantes não recebem atenção adequada nas escolas públicas, por isso consideram "criar uma escola que cuide dos filhos dos migrantes e onde eles aprendam japonês".

Como o Arcebispo de Tóquio, Dom Isao Kikuchi, assinalou em uma recente entrevista à CNA – agência em inglês do Grupo ACI –, "a Igreja dá prioridade ao testemunho do Evangelho de maneira visível através dessas firmes obras de misericórdia. Certamente, essas atividades podem não levar imediatamente à recepção do batismo, mas existe a esperança de que muitas pessoas que foram tocadas pelo espírito do Evangelho sejam levadas à Igreja".

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