21 de dezembro de 2024 Doar
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Denunciam "atentados seletivos" contra cristãos após assassinato de sacerdote

Imagem referencial. Crédito: Pixabay.

Na última segunda-feira, o Estado Islâmico assassinou o sacerdote Hovsep Bedoyan, da comunidade armeno-católica de Qamishli (Síria), que estava junto com seu pai, fato que é um sinal de que terroristas islâmicos estão fazendo ataques seletivos contra cristãos.

O Vigário Apostólico de Aleppo, dos católicos de rito latino, Dom Georges Abou Khazen, assegurou a Asia News que o fato de o Estado Islâmico (ISIS) ter reivindicado o assassinato deste sacerdote e de seu pai é um "sinal claro" de que os atentados são "seletivos" e estão especialmente direcionados contra os cristãos.

"A ofensiva dos turcos contra os curdos no nordeste agravou a situação, que em si mesma já é crítica, de uma população que já passou pelas perseguições e genocídios do início do século XX", disse Khazen, referindo-se à incursão que a Turquia fez em outubro na Síria.

Pe. Hovsep Bedoyan e seu pai caíram em uma emboscada do ISIS na rota que liga as cidades de Hassaké e Deir er Zor. O diácono Fati Sano, que viajava com eles, também ficou ferido quando se dirigiam à igreja católica armênia de Deir er Zor, para supervisionar o trabalho de reconstrução que estava sendo realizado.

Segundo informa Asia News, os terroristas publicaram as fotos dos documentos de identidade das vítimas e disseram que eram "dois sacerdotes cristãos".

Naquele mesmo dia, uma motocicleta e dois carros explodiram nas imediações da igreja caldeia e de um mercado na localidade de Qamishli, no centro da cidade.

Como Dom Khazen explicou, "as explosões causaram sete mortes" e o fato de terem ocorrido perto da igreja tem um significado muito claro: "Eles querem atacar os cristãos".

O Vigário de Aleppo destacou que, quando a guerra começou na Síria, um dos primeiros ataques ocorridos foi "explodir o mausoléu erguido em memória do genocídio turco", por isso, "as minorias estão na mira do exército turco e de seus aliados, por isso tentam fugir".

O Prelado também assegurou que repetiu em numerosas ocasiões que "os milicianos do ISIS são instrumentos nas mãos dos Estados Unidos e da Turquia" para alimentar a tensão.

A ofensiva de Ankara "gerou maior instabilidade, afetando igualmente assírios, caldeus, católicos sírios... as mesmas vítimas do genocídio turco no passado". Por isso, destaca que, embora o exército sírio tenha chegado à região "e tente infundir segurança, se esses episódios se repetem, o medo crescerá inevitavelmente entre a população e haverá milhares de pessoas querendo fugir".

Dom Khazen também explicou que abrigaram alguns estudantes universitários provenientes "da área afetada pelos últimos ataques" e assegura que os jovens "estão muito preocupados, têm medo por suas famílias que permaneceram em suas terras. À violência, acrescentam-se gestos que confirmam a escalada da tensão: estão cortando a luz e o fornecimento de água. Como já aconteceu em Aleppo, aos atentados se juntam as sabotagens e os atos vandálicos para incentivar a fuga. Já passamos por isso antes".

Além disso, assegurou que os cristãos do nordeste da Síria "estão abandonados à própria sorte e a realidade está ficando cada vez mais difícil e complicada", e enfatiza que os soldados dos Estados Unidos voltaram com seus tanques de guerra, mas apenas para controlar os poços de petróleo e impedir que o exército sírio os recupere.

Por isso, denunciou que na região "cresce a insegurança. Até nós, em Aleppo, somos alvos de bombardeios. Sem ir mais longe, há dois dias uma menina morreu. Rebeldes e jihadistas permanecem nas periferias e continuam com os ataques. Estamos cansados!".

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