Vaticano, Nov 18, 2019 / 11:30 am
Por ocasião da abertura do segundo período ordinário de sessões do Programa Mundial de Alimentos, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao presidente do Programa, na qual pediu um maior compromisso de governos, organismos internacionais e pessoas individuais na luta contra o desperdício de alimentos.
O Santo Padre refletiu em sua mensagem sobre o "paradoxo da abundância" que leva a que, "em muitos lugares, nossos irmãos não possam se alimentar de forma saudável e suficiente, enquanto em outros se malgasta e se desperdiça sem controle".
Esse paradoxo da abundância, expressão utilizada por São João Paulo II, "continua sendo um obstáculo para resolver o problema da nutrição da humanidade", alertou o Papa Francisco.
"Nesse paradoxo, existem mecanismos de superficialidade, negligência e egoísmo que estão na base dessa cultura de desperdício. Se não se conscientiza sobre esta dinâmica e se coloca limites, será difícil alcançar os compromissos do Acordo de Paris sobre a mudança climática e não será possível conseguir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas".
Nesse sentido, insistiu que "chegar a esta meta não corresponde apenas aos Organismos Internacionais nem aos governos, mas compete a todos. A família, a escola, os meios de comunicação têm uma importante tarefa na educação da conscientização".
"Ninguém pode ficar à margem da luta contra essa cultura que sufoca tantas pessoas, especialmente os pobres e vulneráveis da sociedade", assegurou.
Nesse contexto, o Papa Francisco enfatizou a importância da campanha "Stop Desperdício", promovida pelo Programa Mundial de Alimentos, que "destaca que o desperdício de alimentos prejudica a vida de muitas pessoas e torna o progresso dos povos inviável".
"Se queremos construir um futuro no qual ninguém seja excluído, temos que propor um presente que evite radicalmente o desperdício de comida. Juntos, sem perder tempo, unindo recursos e ideias, podemos apresentar um estilo de vida que dê a importância que os alimentos merecem. Esse novo estilo consiste em estimar em seu valor justo o que a Mãe Terra nos dá e terá uma repercussão para toda a humanidade".
O Pontífice assegurou que "a Igreja Católica trabalha para promover a solidariedade entre todos os homens e deseja colaborar com o Programa Mundial de Alimentos, reafirmando que todo ser humano tem direito a uma alimentação saudável e sustentável".
Finalmente, o Papa expressou seu desejo de que "esta campanha sirva de ajuda àqueles que hoje sofrem as consequências da pobreza e possa demonstrar que, quando a pessoa ocupa o centro das decisões políticas e econômicas, afirma-se a estabilidade e a paz entre as nações e cresce por todas as partes o entendimento mútuo, cimento do autêntico progresso humano".
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