KIEV, Aug 23, 2005 / 14:45 pm
No meio de forte e agressivo protesto por parte de fiéis da Igreja Ortodoxa, a Igreja Grego-católica de Ucrânia mudou este domingo sua sede de Lviv a Kiev, capital do país. Os ortodoxos, apesar das aclarações do caso, entenderam o fato como uma afronta.
O anúncio foi feito, pelo Cardeal Lyubomir Huzar, cabeça da Igreja Grego-católica de Ucrânia –também conhecida como Igreja Católica de rito oriental, e a maior das Igrejass orientais em comunhão com a Santa Sé- pouco antes da celebração litúrgica que presidiu no local onde se constrói a futura igreja da Ressurreição, a qual além de 3000 fiéis, assistiram outros bispos católicos de rito oriental.
Em sua homilia, o Cardeal Huzar insistiu que a mudança não pretende desafiar a ninguém, mas obedece ao justo e lógico direito de colocar a sede da Igreja Grego-católica na capital cultural e política do país.
A Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev –uma das duas facções que disputam a liderança entre os fiéis ortodoxos do país- aceitou a mudança, tanto assim que enviou a seus representantes à celebração litúrgica. Também o fizeram representantes da Igreja Autocéfala de Ucrânia.
O fato irritou à Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscou, à qual pertence a maioria da população, quem acusa aos católicos orientais de proselitismo entre os fiéis ortodoxos. Cabe indicar que dos 48 milhões de ucranianos, estima-se que só 10 por cento sejam membros da Igreja Grego-católica. A semana passada, o Patriarca Ortodoxo Russo, Alexis II, indicou que de levar-se a cabo a mudança, certamente afetaria as relações com o Vaticano.
Em uma entrevista na televisão, o Cardeal Huzar se referiu a esta mudança assinalando que “não amenazamos a ninguém, não é nossa intenção provocar nem ameaçar a nenhuma das Igrejas ortodoxas”, repetindo que a principal razão da mudança obedece a considerar como algo apropriado que a sede principal de uma Igreja se localize na capital de um país.
Os ortodoxos que participaram do protesto, reuniram-se na entrada do templo, com bandeiras e estandartes de suas organizações, assim como com bandeiras russas e ucranianas, aos gritos de “somos ortodoxos!”, “Não aos uniatas em nossa terra!” e outras proclamas similares.
Oleg Makryag, um sacerdote ortodoxo, manifestou que “esta nova igreja que pretendem construir os Grego-católicos é uma extensão do Vaticano. Já têm asua sede em Lviv”, por isso considerou este fato uma agressão.
Finalizando as ações, o líder ortodoxo do Partido Derzhava, Gennady Vasilyev, ameaçou assegurando que este protesto é apenas o “primeiro passo de uma série de Atividades similares que se realizarão continuamente. Queremos que os católicos abandonem suas pretensões”.
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