23 de novembro de 2024 Doar
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Viagem do Papa ao Japão foi uma visita de um pai a seus filhos, afirma Bispo

Dom Toshihiro Sakai Bispo Auxiliar de Osaka (Japão). Crédito: ACI Group

O Bispo Auxiliar de Osaka, Dom Toshishiro Sakai, explicou que esses quatro dias do Papa Francisco no Japão foram muito intensos.

Embora os católicos no Japão sejam uma "minoria absoluta" que não chega nem a 1%, nesses quatro dias, "na primeira página de todos os jornais de domingo e segunda-feira, sai o Papa com artigos longos, comentários", disse o Prelado em declarações a ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI.

Isso fez com que os católicos se sintam como uma "maioria", "porque todo mundo conhece o Santo Padre, quem ele é, o que faz, a mensagem que tem. E, para os católicos, faz com que se sintam orgulhosos de seu 'pai' que vem de Roma, e que é nosso Santo Padre".

Dom Sakai também destacou os discursos do Papa Francisco sobre desarmamento nuclear e compartilhou que "pôde acompanhar o Santo Padre por muito tempo e vi claramente que sua visita não foi por trabalho, mas a de um pai que visita sua família, seus filhos e que vem acompanhá-los".

Segundo explicou, Dom Sakai participou da organização da viagem e enfatizou que, no encontro que o Papa Francisco teve com 20 vítimas da bomba atômica, "não estava planejado cumprimentá-las. Mas, parou com cada uma, com muita intensidade e muita calma. Com cada um dos 20 sobreviventes, com os católicos e não católicos".

Algo semelhante aconteceu em outro momento, quando vários jovens ofereceram seu testemunho, no qual, como Dom Sakai explicou a ACI Prensa, "o Santo Padre se aproximou deles para lhes agradecer por suas palavras".

"É um gesto do Papa que acompanha todas as pessoas, especialmente as que mais sofrem por qualquer motivo. Essa foi uma das coisas que mais me impressionou durante toda a viagem", destacou o Bispo Auxiliar de Osaka.

"O Santo Padre nos deixou suas 10 homilias e mensagens oficiais e nos deixou alguns presentes e um testemunho que temos que aproveitar", afirmou.

Além disso, explicou que na Santa Missa celebrada em Tóquio, houve muitas pessoas que não puderam comparecer ao local por falta de espaço, pois a capacidade era limitada.

"Algumas pessoas ficaram do lado de fora, por isso lembrei aqueles que participaram e também a mim mesmo que 'ganhamos na loteria', porque assistir lá era uma responsabilidade que tínhamos que devolver para aqueles que não puderam assistir".

Dom Sakai enfatizou que essa responsabilidade de dar frutos é algo que se repete pela sorte que teve de ter passado "muitos momentos com o Santo Padre, é uma enorme responsabilidade de transmitir, deixar uma marca".

Também explicou que não acredita que esta visita feita pelo Papa Francisco ao Japão traga uma grande mudança no curto prazo, mas que espera "uma pequena mudança todos os dias e comunicar a outras pessoas para que também elas possam mudar um pouco para melhor a cada dia. Não apenas os católicos, mas toda a sociedade japonesa, porque está cheia de pessoas muito boas e todos nós podemos e devemos mudar e ter uma sociedade e um país melhores".

Dom Sakai pediu orações especialmente pelo povo do Japão, porque "agora temos que dar frutos dessas sementes que o Santo Padre nos deixou".

O Arcebispo da Arquidiocese de Osaka é Dom Josep Maria Abella, claretiano; o Bispo Auxiliar é Dom Toshihiro Sakai, membro do Opus Dei. A arquidiocese tem uma área de 15 mil quilômetros quadrados e uma população de 15,5 milhões de pessoas, das quais 0,4% são católicas.

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