23 de dezembro de 2024 Doar
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Jovem defende Cardeal de agressão na rua

Cardeal Francisco Javier Errázuriz, Arcebispo Emérito de Santiago, Chile. Crédito: Imprensa CECh

Enquanto o Cardeal Francisco Javier Errázuriz, Arcebispo Emérito de Santiago (Chile), era agredido verbalmente por alguns pedestres por um suposto vínculo com encobrimento de abusos sexuais na Igreja local, uma jovem mulher o defendeu.

Na quarta-feira, 4 de dezembro, enquanto o Cardeal Errázuriz, de 86 anos, andava pelo centro da capital, foi abordado por um homem que começou a agredi-lo verbalmente por seu suposto papel de encobrimento em casos de abusos sexuais cometidos por alguns membros da Igreja.

Um dos vídeos gravados pelos pedestres mostra que o homem seguiu o Arcebispo emérito de Santiago para dizer: "Por que você é idoso não posso lhe dizer nada? Você tapou os encobridores, os pedófilos, isso é o que você fez".

"Aproveitou para esconder as provas dos pedófilos. A Igreja Católica tapa puros abusos, abusos infantis, abusos econômicos. Nenhum pagou, igual aos ladrões de terno e gravata", disse o homem.

Enquanto se acrescentavam outros gritos e palavrões das pessoas, uma jovem que passava pelo lugar se aproximou e repreendeu aqueles que continuavam gritando ao Cardeal Errázuriz.

"Não o ataquem", "estão em cima dele", "talvez ele seja uma pessoa que não fez nada de errado", disse a jovem.

Enquanto os homens justificavam sua atitude, a jovem insistia em que não deveriam atacá-lo desta forma porque "isso não está certo", considerou.

O Cardeal Errázuriz foi declarado como imputado perante a justiça civil por suposto encobrimento de abusos sexuais enquanto dirigia a Arquidiocese de Santiago entre os anos 1998 e 2010.

Os casos que envolveriam o Arcebispo Emérito é o do sacerdote Tito Rivera, condenado por abuso sexual em 2018; Óscar Muñoz, ex-chanceler de Santiago que se autodenunciou por abusos sexuais; e Jorge Laplagne, investigado por supostos abusos sexuais nas paróquias e na Congregação dos Irmãos Maristas.

Há também o caso de Fernando Karadima, declarado culpado de abusos sexuais pelo Vaticano em 2011 e expulso do sacerdócio em 2018.

A esta condenação, somou-se em 2013 o processo civil por "dano moral" contra a Arquidiocese por parte de Juan Carlos Cruz, James Hamilton e José Andrés Murillo, vítimas de Karadima.

A diligência foi rejeitada em primeira instância, em março de 2017; mas após a apresentação de recurso dos demandantes, o Tribunal de Apelações de Santiago ordenou que a Igreja local pagasse uma compensação de 300 milhões de pesos (cerca de US$ 439 mil) aos três.

O Cardeal Errázuriz reiterou em distintas oportunidades que "não houve encobrimento" e que "nunca teria encoberto um Fernando Karadima".

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