Vaticano, Dec 8, 2019 / 10:06 am
O Papa Francisco presidiu neste domingo, 8 de dezembro, a oração do Ângelus na Solenidade da Imaculada Conceição de Maria e incentivou a que esta festa "nos ajude a fazer de toda a nossa vida um 'sim' a Deus, um 'sim' de adoração a Ele e de gestos cotidianos de amor e serviço".
Em sua reflexão habitual antes da oração do Ângelus, o Santo Padre recordou que a Solenidade de Maria Imaculada se situa no contexto do Advento, "tempo de espera", porque "Deus realizará o que prometeu", mas na festa de hoje se anuncia "que algo já está cumprido, na pessoa e na vida da Virgem Maria".
"Sua Imaculada Conceição nos leva ao momento preciso em que a vida de Maria começou a palpitar no seio de sua mãe: ali já estava presente o amor santificador de Deus, preservando-a do contágio do mal que é uma herança comum da família humana", explicou o Papa.
Comentando a passagem bíblica do Evangelho de São Lucas que relata a Anunciação do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria, o Pontífice disse que "pensou e quis Maria desde sempre, em seu desígnio imperscrutável, como criatura cheia de graça, ou seja, repleta de seu amor".
Nesse sentido, o Papa Francisco recordou que, "para estar repletos é preciso abrir espaço, esvaziar-se, colocar-se de lado. Como fez Maria, que soube escutar a Palavra de Deus e confiar-se totalmente à sua vontade, acolhendo-a sem reservas em sua vida".
"E nela a Palavra se fez carne. Isso foi possível graças ao seu 'sim'. Ao Anjo que lhe pergunta se estava disponível para se tornar a mãe de Jesus, Maria responde: Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra".
O Santo Padre assinalou, então, que a Virgem Maria "não se perde em vários raciocínios, não coloca obstáculos ao Senhor, mas com prontidão se confia e abre espaço para a ação do Espírito Santo. Coloca imediatamente à disposição de Deus todo o seu ser e sua história pessoal, para que sejam a Palavra e a vontade de Deus a moldá-los e levá-los a termo".
Por isso, o Pontífice destacou que, de acordo com o desígnio de Deus sobre ela, "Maria se torna a 'toda bela', a 'toda santa', mas sem a menor sombra de envaidecimento", e acrescentou que a Virgem é "humilde". "É uma obra-prima, mas permanecendo humilde, pequena e pobre. Nela se reflete a beleza de Deus que é amor, graça e dom de si".
"Gosto de destacar a palavra com a qual Maria se define em sua entrega a Deus: professa-se 'a serva do Senhor'. O 'sim' de Maria a Deus assume desde o início um comportamento de serviço, de atenção às necessidades dos outros. Isso é testemunhado pela visita a Isabel, que vem logo depois da Anunciação", recordou.
Nesse sentido, o Papa Francisco explicou que "a disponibilidade a Deus se confirma na disponibilidade de assumir as necessidades do próximo. Tudo isso sem fazer clamores e ostentações, sem buscar lugares de honra, sem propaganda, porque a caridade e as obras de misericórdia não precisam ser exibidas como um troféu". Acrescentou ainda que "as obras de misericórdia são feitas em silêncio, escondidas, sem se gabar de fazê-las", por isso, "as nossas comunidades também são chamadas a seguir o exemplo de Maria, praticando o estilo da discrição e do silêncio".
"Que a festa de nossa Mãe nos ajude a fazer de toda a nossa vida um sim a Deus, um sim de adoração a Ele e de gestos cotidianos de amor e serviço", incentivou o Santo Padre.
Ao finalizar, o Papa Francisco anunciou que nesta tarde visitará a Basílica de Santa Maria Maior para rezar à Virgem e, depois, à Praça Espanha, para o tradicional ato de homenagem aos pés do monumento da Imaculada Conceição. Por isso, pediu a todos para "se unir espiritualmente neste gesto, que expressa a devoção filial a nossa Mãe celeste".
"Desejo a todos uma boa festa e m bom caminho de Advento para o Natal, com a orientação da Virgem Maria", concluiu.
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