18 de dezembro de 2024 Doar
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Aos gritos de "Stop aos fachos", interrompem presépio vivo feito por crianças

Ao grito de "Stop aos fachos", uma multidão composta por cerca de 50 pessoas interrompeu um presépio vivo composto por crianças na cidade francesa de Toulouse, o que gerou a rejeição dos fiéis, do prefeito da cidade e do Arcebispo local.

A multidão, que estava em vários edifícios da Praça Saint-Georges, em Toulouse, também gritou outros slogans, como "contra a polícia e os fachos (fascistas)" ou "somos os anticapitalistas", por volta das 16h, quando um coral cantava músicas natalinas junto ao presépio vivo.

Quando a multidão desceu à praça para provocar um confronto ainda maior, apesar da presença das crianças, os organizadores do presépio vivo, a associação leiga "Vivre Noel autrement" (vivendo o Natal de maneira diferente), decidiu concluir as atividades que estavam previstas até as 18h, segundo o site LaDepeche.fr.

O prefeito de Toulouse, Jean-Luc Moudenc, repudiou o aparecimento da multidão.

"Lamento e condeno firmemente o comportamento irresponsável dos manifestantes de ontem, que provocaram a interrupção do presépio vivo, em detrimento dos cidadãos de Toulouse. Como todos os anos, eu autorizei o evento organizado pela associação Vivre Noël autrement", indicou Mondenc em sua conta no Twitter no domingo, 15 de dezembro.

O Arcebispo de Toulouse, Dom Robert Le Gall, também rejeitou o que aconteceu com o presépio vivo e disse ao LaDepeche.fr que seu sentimento nestes momentos é "de grande pesar, tristeza e incompreensão. Não entendo".

O evento, disse, "nem sequer foi organizado por cristãos, mas por uma associação leiga". Advertiu que esses fatos manifestam as "dificuldades de nossa sociedade em viver juntos, o que gera violência verbal e física. Isto não está certo".

Em uma declaração publicada no site da Arquidiocese de Toulouse em 15 de dezembro, Dom Le Galle disse que o presépio vivo foi "uma expressão alegre com canções de Natal, com a encenação do Natal feita com crianças e adultos, acompanhados por vários animais, e que não tinha outra intenção a não ser dar mais profundidade a esta festa".

"Como Arcebispo de Toulouse, lamento que a simples lembrança do nascimento de Jesus e dos valores que isso traz (a acolhida do estrangeiro, o anúncio da paz e o sinal de ternura de que todos precisamos) não sejam mais respeitados em nosso país e suscite atos de violência verbal e física por parte dos defensores da liberdade", afirmou o Prelado.

"Convido cada um a defender pacificamente a liberdade de expressão e respeitar a história e as tradições de nosso país", concluiu.

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