16 de dezembro de 2024 Doar
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Tentam proibir vigílias pró-vida perto de clínicas abortistas na Irlanda

Imagem referencial. Crédito: Unsplash

Após uma vigília no dia de Ano Novo nos arredores do Hospital Nacional de Maternidade em Dublin (Irlanda), partidários a favor do aborto pediram para criar "zonas de exclusão" ao redor das clínicas abortistas e de medicina geral.

Na quarta-feira, 1º de janeiro, dezenas de defensores pró-vida, "cerca de 100 pessoas", segundo estima o 'Irish Times', reuniram-se para uma vigília rezando o Terço em frente ao Hospital Nacional de Maternidade, na Rua Holles, em Dublin, no primeiro aniversário da lei que permite o aborto legal até as 12 semanas na Irlanda.

"Hoje, 1º de janeiro de 2020, na festa da Solenidade de Maria, Mãe de Deus, nos reunimos no Hospital Nacional de Maternidade para uma vigília pública rezando o Terço em memória de todos os bebês assassinados na Irlanda", assinalou através do Twitter o grupo Our Lady of Lourdes Protectors.

Em maio de 2018, os irlandeses votaram em um referendo nacional para revogar a oitava emenda e permitir abortos legais no país. Anteriormente, o aborto era proibido, exceto quando a saúde da mãe estivesse em perigo.

A oitava emenda foi oficialmente revogada em 18 de setembro de 2018 e em dezembro foi promulgada uma lei que legalizava o aborto até 12 semanas de gestação. A lei entrou em vigor no início de 2019. A partir desta data, os defensores pró-vida protestaram e rezaram do lado de fora das clínicas de aborto e de medicina geral na Irlanda.

A professora Mary Higgins, consultora obstetra e ginecologista do Hospital Nacional de Maternidade que apoiou o aborto legal no referendo, gravou um vídeo da vigília e publicou no Twitter: "Me perguntam por que precisamos de zonas de exclusão".

Em uma entrevista na quinta-feira, 2 de janeiro, no programa "Today with Seán O'Rourke" de RTÉ Radio 1, reconheceu que a vigília foi pacífica, cantando e rezando o Terço. No entanto, esses atos foram "perturbadores" para as mulheres na sala pós-parto, dois andares acima da vigília.

Higgins assinalou no Twitter que a vigília ocorreu "debaixo das janelas de uma sala de pós-parto, onde estão as pessoas depois de um aborto espontâneo". Ela acrescentou que as pessoas reunidas em oração, tinham "pequenos caixões, cruzes e imagens desagradáveis".

Desde que os defensores da vida começaram a protestar fora das clínicas de aborto na Irlanda, as zonas de exclusão têm sido discutidas como um meio para manter os protestos a alguma distância.

O Conselho Irlandês para as Liberdades Civis está em campanha pela criação de "zonas seguras", a fim de "permitir que as pessoas acessem os cuidados médicos em privado e com dignidade, como é seu direito".

O ministro da Saúde da Irlanda, Simon Harris, assinalou na quinta-feira que está trabalhando de uma forma "constitucional" para estabelecer zonas de exclusão.

"Não duvido de que precisamos (de zonas de exclusão)", tuitou Harris em resposta ao vídeo de Higgins sobre a vigília. "Eu me comprometi com o procurador-geral, com a polícia nacional e com os prestadores de serviços para encontrar a melhor maneira de apresentar a proposta de maneira constitucional. Posso garantir que estou comprometido com isso".

A senadora Catherine Noone, do partido Fine Gael, também tuitou que "a legislação da zona de exclusão" para estabelecer um limite fora das clínicas de aborto e clínicas de medicina geral para manifestantes "deve ser uma prioridade importante para o início do novo período".

O porta-voz de Students for Life Ireland, Luke Silke, se opôs à imposição de zonas de exclusão em sua entrevista na RTÉ Radio 1 com Higgins na quinta-feira.

Silke disse que "a introdução de zonas de exclusão na Irlanda criaria um precedente muito perigoso para negar a liberdade de expressão e o direito de reunião pacífica, ou protesto, em áreas públicas".

Higgins disse que os protestos e as imagens usadas por eles desconcertaram as mulheres e as crianças e argumentaram a favor das zonas de exclusão. O uso de pequenos caixões foi uma "provocação" para as mulheres que tiveram abortos espontâneos ou cujos bebês nasceram mortos, assinalou.

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