Vaticano, Jan 24, 2020 / 10:00 am
O Papa Francisco autorizou em 23 de janeiro o decreto da Congregação para as Causas dos Santos que reconhece as virtudes heroicas de Maria do Carmo da Santíssima Trindade, carmelita brasileira conhecida como Madre Carminha.
A religiosa nasceu em Itu (SP), em 25 de novembro de 1898, festa de Santa Catarina de Alexandria e, por isso, recebeu o nome de Carmem Catarina Bueno.
Conforme assinala biografia publicada por Vatican News, ela era filha de Teotônio Bueno e Maria do Carmo Bauer Bueno, a qual era jovem quando deu à luz, tendo 15 anos, e por isso ficou com a saúde abalada. Assim, a menina foi criada por sua avó paterna, Dona Maria Justina Camargo Bueno, em Campinas (SP), onde teve por amigo de infância o futuro bispo de Taubaté (SP), Dom Francisco Borja do Amaral.
Em 1916, moraram durante um período na Ilha de Paquetá (RJ) e, no ano seguinte, seguiram para São Paulo, onde Maria do Carmo estudou no Colégio Nossa Senhora de Sion.
Tornou-Se filha de Maria em 23 de setembro de 1917, ocasião em que sentiu o chamado do Senhor para se consagrar inteiramente a Ele, dando então o seu "Sim".
Maria do Carmo tinha grande amor por Jesus e pela Igreja, pontua Vatican News, de modo que sua piedade se tornava cada vez mais profunda, sendo a Cruz de Cristo seu grande amor e ser humilhada como Ele, seu lema.
Além disso, era dedicada à formação intelectual. Falava e escrevia em francês, escreveu pequenas obras literárias e aprendeu a arte da pintura.
Mas, sua experiência com Santa Teresinha do Menino Jesus que transformou sua vida. Ao ler o livro "História de uma Alma",Maria do Carmo decidiu se tornar carmelita e escolheu como diretor espiritual Dom Francisco de Campos Barreto, que a direcionou a viver cada vez mais uma vida de amor a Deus e cheia de virtudes.
Ingressou no Carmelo de São José, no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1926, aos 27 anos. Em 24 de outubro de 1926, recebeu o Santo Hábito e o nome religioso de Irmã Maria do Carmo da Santíssima Trindade.
Fez, então, voto de mansidão, a fim de viver perfeitamente a humildade como meio de santificação e seguindo a orientação do seu diretor espiritual.
Exerceu os ofícios de mestra de noviças, sub-priora e por fim priora. Madre Maria do Carmo era a primeira a fazer os trabalhos mais humildes e a dar o exemplo de paciência e caridade para todas as monjas.
Voltou a ser mestra de noviças em 1949, começaram seus graves problemas de saúde.
Em 1952, assumiu novamente a direção do Carmelo e foi então que nasceu a ideia de fundar um novo mosteiro, o Carmelo da Santa Face e Pio XII, na Diocese de Taubaté, cujo Bispo era Dom Francisco Borja do Amaral. As seis primeiras religiosas se dirigiram para o novo mosteiro em 24 de agosto de 1953.
Madre Maria do Carmo passou o governo da casa à Madre Antonieta Maria em 12 de setembro de 1961, ficando com a direção das obras e a formação do noviciado.
Porém, seus problemas de saúde começaram a se agravar e, em 7 de julho de 1966, sofreu um derrame cerebral e entrou em coma profundo. Após uma semana de sofrimento, em 13 de julho, entregou santamente sua alma a Deus.
Madre Maria do Carmo já tinha fama de santidade em vida e, após sua morte, muitos começaram a visitar seu túmulo para pedir sua intercessão.
Conforme informa Vatican News, em vista da supressão do Carmelo de Tremembé e de sua transferência para Mairinque, São Paulo, no sexto aniversário da morte da Serva de Deus, foi feita a exumação dos seus restos mortais e nessa ocasião o seu corpo foi encontrado intacto, inclusive suas vestes e as flores secas e nem mesmo mau odor exalou de sua sepultura.
Além do reconhecimento das virtudes heroicas da carmelita brasileira, o Papa Francisco também reconheceu:
- o martírio dos Servos de Deus Bento de Santa Coloma de Gramenet (no século José Doménech Bonet) e 2 companheiros, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; mortos em ódio à fé na Espanha, entre 24 de julho e 6 de agosto de 1936;
- o martírio dos Servos de Deus José Maria Gran Cirera e 2 Companheiros, sacerdotes professos dos Missionários do Santíssimo Coração de Jesus e 7 Companheiros, Leigos; mortos por ódio à fé na Guatemala entre 1980 e 1991;
- as virtudes heroicas do Beato Giovanni Tavelli da Tossignano, da Ordem dos Jesuítas, Bispo de Ferrara; nascido em Tossignano (Itália), em 1386, e falecido em Ferrara (Itália), em 24 de julho de 1446;
- as virtudes heroicas do Servo de Deus Joaquim Masmitjá y Puig, Cônego da Catedral de Girona, fundador da Congregação dos Missionários do Coração de Maria; nascido em Olot (Espanha), em 29 de dezembro de 1808, e falecido em Girona (Espanha), em 26 de agosto de 1886;
- as virtudes heroicas do servo de Deus José Antonio Plancarte e Labastida, sacerdote diocesano, fundador do Instituto das Irmãs de Maria Imaculada de Guadalupe; nascido na Cidade do México (México), em 23 de dezembro de 1840, e falecido na Cidade do México (México), em 26 de abril de 1898;
- as virtudes heroicas do servo de Deus José Pio Gurruchaga Castuariense, sacerdote diocesano, fundador da Congregação das Auxiliadoras Paroquiais de Cristo Sacerdote; nascido em Tolosa (Espanha), em 5 de maio de 1881, e falecido em Bilbau (Espanha), em 22 de maio de 1967;
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- as virtudes heroicas do Servo de Deus Antoine Marie de Lavaur (no século: François Léon Clergue), Sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em Lavaur (França), em 23 de dezembro de 1825, e falecido em Toulouse (França), em 8 de fevereiro de 1907.
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