22 de dezembro de 2024 Doar
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Bispo argentino deu Comunhão a Alberto Fernández apesar de seu apoio ao aborto

Alberto Fernández. | Camara Nacional Electoral de Argentina (https://debate.electoral.gob.ar)

O Bispo Chanceler da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, presidiu uma Missa no Vaticano na qual deu a Comunhão ao presidente da Argentina, Alberto Fernández, que reiterou diversas vezes a sua decisão de despenalizar o aborto.

A Eucaristia foi realizada nas grutas da Basílica de São Pedro, em 31 de janeiro, às 8h, antes da reunião de Fernández com o Papa Francisco.

Também estiveram presentes a primeira-dama Fabiola Yáñez e a delegação que acompanha Fernández em sua viagem por Itália, Espanha, França e Alemanha, integrada pelo ministro das Relações Exteriores, Felipe Solá, o secretário de Assuntos Estratégicos, Gustavo Beliz, a Ministra da Justiça, Marcela Losardo, e o Secretário de Culto, Guillermo Oliveri.

O jornal argentino La Nación divulgou em 31 de janeiro o vídeo da Missa. No momento da Comunhão, é possível ver o mandatário argentino se aproximar do Bispo e receber a Eucaristia.

Como se recorda, durante a campanha eleitoral e desde que assumiu a presidência, Fernández afirmou que deseja despenalizar o aborto.

O último anúncio foi feito em 5 de fevereiro, no Instituto de Estudos Políticos de Paris. Fernández afirmou que apresentará um projeto ao Parlamento para despenalizar essa prática.

Apoio ao aborto e acesso à Eucaristia

A carta "Dignidade para receber a Sagrada Comunhão: princípios gerais", enviada em 2004 pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Joseph Ratzinger, aos bispos dos Estados Unidos, explica a gravidade de apoiar o pecado do aborto .

"Quando a cooperação formal de uma pessoa se torna manifesta (compreendida, no caso de um político católico, como uma consistente campanha ou votação por leis permissivas sobre aborto e eutanásia), seu pároco deveria se reunir com ele, instruindo-o acerca do ensinamento da Igreja, informando-o de que ele não deve se apresentar à Sagrada Comunhão até que ele tenha colocado fim em sua situação objetiva de pecado, e advertindo-o de que, caso isso não seja feito, a Eucaristia lhe será negada", descreve o texto.

Além disso, adverte que um católico seria "culpável de cooperação formal com o mal e indigno de se apresentar" à Eucaristia, "se votasse deliberadamente em um candidato precisamente por causa da posição permissiva desse candidato a respeito do aborto e/ou da eutanásia".

Nesse contexto, quando um fiel católico já foi instruído sobre os ensinamentos da Igreja sobre o aborto, mas ainda mantém sua postura pública "com persistência obstinada" e se apresenta para receber a Comunhão, "o ministro da Sagrada Comunhão deve recusar-se a dá-la".

"Esta decisão não é propriamente uma sanção ou uma penalidade. Tampouco se trata do ministro da Sagrada Comunhão a formular um juízo sobre a culpa subjetiva da pessoa; na verdade, é uma reação do ministro ao desmerecimento público dessa pessoa em receber a Sagrada Comunhão em razão de uma situação objetiva de pecado", afirma o texto.

Enquanto isso, a carta encíclica Evangelium vitae, descreve no número 73 que "o aborto e a eutanásia são, portanto, crimes que nenhuma lei humana pode pretender legitimar. Leis deste tipo não só não criam obrigação alguma para a consciência, como, ao contrário, geram uma grave e precisa obrigação de opor-se a elas através da objeção de consciência".

"No caso de uma lei intrinsecamente injusta, como aquela que admite o aborto ou a eutanásia, nunca é lícito conformar-se com ela, nem participar numa campanha de opinião a favor de uma lei de tal natureza, nem dar-lhe a aprovação com o próprio voto", acrescenta.

Também especifica que os cristãos têm "uma grave obrigação de consciência de não colaborar formalmente às práticas que, ainda que admitidas pela legislação civil, estejam em oposição à Lei de Deus".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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