Vaticano, Feb 12, 2020 / 09:40 am
Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 12 de fevereiro, o Papa Francisco destacou a importância do arrependimento pelos pecados, inclusive até chegar ao choro de dor por ter ofendido a Deus.
Ao continuar com seu ciclo de catequese sobre as bem-aventuranças, o Santo Padre explicou a segunda: "Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados".
"Trata-se de uma atitude que se tornou central na espiritualidade cristã e que os padres do deserto, os primeiros monges da história chamavam 'penthos', ou seja, uma dor interior que abre a uma relação com o Senhor e com o próximo. Para uma nova relação com o Senhor e com o próximo, a uma renovada relação com o Senhor e com o próximo", disse o Papa.
Nessa linha, o Pontífice assinalou que "esse choro, nas Escrituras, pode ter dois aspectos: o primeiro é pela morte ou pelo sofrimento de alguém e o segundo são as lágrimas pelo pecado, pelo pecado pessoal, quando o coração sangra pela dor de ter ofendido a Deus e ao próximo".
Sobre o primeiro aspecto, o Santo Padre lembrou que fala com frequência sobre o dom das lágrimas e de quanto é valioso. No entanto, advertiu que existem pessoas que "permanecem distantes, um passo atrás; em vez disso, é importante que outros quebrem nossos corações".
"Pode-se amar de maneira fria? Pode-se amar por obrigação, por dever?", perguntou o Papa que acrescentou que "certamente não", porque há pessoas "aflitas por consolar" e também há pessoas consoladas por despertar, "que têm um coração de pedra e 'desaprenderam' a chorar", por isso, convidou a "despertar quem não sabe se comover com a dor dos outros".
Nesse sentido, o Pontífice deu como exemplo o luto, que "é um caminho amargo, mas que pode ser útil para abrir os olhos sobre a vida e sobre o valor sagrado e insubstituível de cada pessoa, dando-se conta da brevidade do tempo".
Em segundo lugar, o Santo Padre comentou o significado "desta bem-aventurança paradoxal: chorar pelo pecado"; e pediu para distinguir entre "quem fica com raiva porque erra. Isso é orgulho. Por outro lado, há aqueles que lamentam pelo mal cometido, pelo bem omitido, por ter traído a relação com Deus. Este é o choro por não ter amado".
"Chora-se porque não se corresponde ao Senhor, que nos quer tão bem, e nos entristece o pensamento do bem não feito; este é o sentido do pecado. Eles dizem: 'Eu feri a pessoa que amo', e isso lhes dói até as lágrimas. Que Deus seja louvado se chegarem essas lágrimas!", exclamou.
Por isso, o Papa Francisco comparou o choro de São Pedro "que o levará a um amor novo e muito mais verdadeiro, um choro que purifica, que renova", com o choro de Judas "que não aceitou seu erro" e que cometeu suicídio.
"Entender o pecado é um dom de Deus, é uma obra do Espírito Santo. Nós, sozinhos, não podemos entender o pecado. É uma graça que devemos pedir: 'Senhor, que eu entenda o mal que fiz ou que posso fazer'. É um grande dom. E depois de entender isso, vem o choro do arrependimento", explicou o Papa.
Assim, o Pontífice acrescentou que se trata "da beleza do arrependimento, da beleza do choro, da beleza da contrição", porque, "como sempre, a vida cristã tem na misericórdia a sua melhor expressão".
"Deus sempre perdoa, não se esqueçam, não se esqueçam disso. Mesmo os piores pecados. O problema está em nós, que nos cansamos em pedir perdão. Este é o problema. Quando alguém se fecha, não pede perdão e Ele está ali para perdoar", sublinhou o Papa Francisco.
No final de sua catequese, o Santo Padre rezou para que "o Senhor nos conceda amar em abundância, amar com o sorriso, com a proximidade, com o serviço e também com o choro".
Antes de concluir a Audiência Geral, o Papa Francisco pediu orações pela Síria e por "pelos nossos irmãos chineses que sofrem esta doença cruel", para "que eles encontrem o caminho da recuperação o mais rápido possível".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzidos e adaptado por Nathália Queiroz.
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