22 de dezembro de 2024 Doar
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Igreja no México: Assassinato de menina de 7 anos mostra nível de degradação no país

Imagem referencial | Bandeira do México. Crédito: David Ramos / ACI

Dom Alfonso Miranda Guardiola, secretário-geral da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), expressou a condenação e a dor dos bispos pelo assassinato de Fátima, uma menina de 7 anos sequestrada dias atrás.

O corpo de Fátima foi encontrado em 16 de fevereiro pelas autoridades ao sul da Cidade do México, no município de Tláhuac, dentro de uma sacola plástica.

Em uma coletiva de imprensa, em 17 de fevereiro, Ulises Lara, porta-voz da Procuradoria Geral de Justiça da Cidade do México, indicou que "os estudos genéticos mostraram correspondência entre os restos mortais da criança localizada e a denunciante, mãe da pequena Fátima, cujo desaparecimento foi registrado em 11 de fevereiro".

Um vídeo divulgado pelas autoridades mostra uma mulher desconhecida buscando a pequena Fátima na escola. O Ministério Público ofereceu uma recompensa de dois milhões de pesos (cerca de 107 mil dólares) para quem tenha informações sobre os responsáveis ​​pelo sequestro.

Em uma mensagem publicada em sua conta no Twitter, Dom Mirada Guardiola assinalou: "Condenamos e lamentamos profundamente o assassinato da menina Fátima, um sinal do nível de degradação ao qual caímos como sociedade".

 "Unimo-nos à dor de sua família com nossa oração. Não vamos desistir da reconstrução do tecido pessoal e social", afirmou.

Exigem que López Obrador e políticos protejam a vida dos mexicanos

Por sua vez, María Denisse Santos, porta-voz da plataforma mexicana Jovens pró-vida, lamentou que, "nestas últimas semanas, fomos testemunhas de crimes atrozes e da indiferença de nossos representantes políticos".

Disse que os políticos mexicanos "deveriam promover a construção de uma estrutura jurídica institucional que garanta o direito à vida, e isso começa com uma legislação que proteja a vida e políticas públicas que materializam a salvaguarda e a promoção da dignidade humana durante todo o ciclo da vida das pessoas".

No entanto, lamentou, "estão mais preocupados em promover leis que favoreçam seus interesses".

Santos recordou o assassinato de Ingrid Escamilla, de 25 anos, e criticou que seu caso "foi usado no Senado para promover leis em favor do aborto. E o resultado disso é que a violência continua, continuam assassinando pessoas inocentes todos os dias".

Para a porta-voz de Jovens Pró-vida, "no dia em que todos souberem valorizar a vida de cada ser humano, independentemente das diferenças, o México terá encontrado a paz. E isso começa com a geração de leis que garantam o direito à vida e a aplicação delas".

"Hoje não é apenas uma família, são milhares que perderam uma filha, um filho, um pai ou uma mãe. Hoje a pequena Fátima representa todos eles e sua voz será escutada", disse.

María Denisse Santos fez um chamado ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, às autoridades de seu governo e aos legisladores mexicanos, e disse que "é o momento de agir, de cumprir com o prometido, de aplicar o Estado de Direito, basta de distrações, de buscar seus próprios interesses e impor ideologias".

"O México está morrendo com todas as mulheres, homens, meninas e meninos assassinados, desde o útero até a velhice. Cada vida é valiosa, única e insubstituível, cumpram com o seu dever e protejam essas vidas", exigiu. "Que isso não volte a acontecer".

Por sua vez, o diretor de ConParticipación, Marcial Padilla, disse à ACI Prensa – agência em espanhol do Grupo ACI – que, infelizmente, alguns grupos, como grupos feministas, querem usar o caso do assassinato da pequena Fátima "para sua própria bandeira".

"Alguns grupos feministas radicais falam do assassinato de Fátima como feminicídio. Mas, ao perceberem que foi uma mulher que a sequestrou, talvez já não queiram levantar esta bandeira", disse. 

"Por outro lado, vemos outros que o desviam para temas políticos ou partidários", criticou.

Para Padilla, o assassinato de Fátima "deveria indignar e comprometer todos. Temos que colocar os meios para que não volte a acontecer".

"Temos que fazer o necessário para que haja segurança, para proteger as crianças, para robustecer as famílias, para que os pais de família possam se sentir tranquilos quando seus filhos estejam na escola", assinalou.

De acordo com dados oficiais do governo do México, até 16 de fevereiro deste ano, 3.668 homicídios dolosos foram registrados no país.

Em 2019, primeiro ano do governo de López Obrador, foram registrados 35.588 homicídios, o número mais alto da história do país.

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Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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