18 de dezembro de 2024 Doar
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Ossos encontrados em igreja são de uma santa e princesa do século VII, afirmam cientistas

Imagem referencial | Unsplash

Ossos descobertos no final do século XIX provavelmente pertencem a uma princesa e santa da Inglaterra no século VII, segundo anunciou um grupo de cientistas da Universidade Queen's de Belfast na sexta-feira, 6 de março.

A datação por carbono confirmou que os restos humanos descobertos escondidos na parede de uma igreja em 1885 são do século VII e quase certamente são os ossos de Santa Eanswythe, uma das primeiras santas inglesas.

Dr. Andrew Richardson, da terceirizada Arqueológica de Canterbury, elogiou o trabalho da "associação comunitária local" que possuía os ossos com datação de carbono e classificou a descoberta como "um resultado surpreendente de importância nacional".

O teste dos restos mortais foi conduzido pelo Projeto Finding Eanswythe e pelo Museu Folkestone. O projeto Finding Eanswy é, segundo o site, "um projeto liderado pela comunidade sobre um patrimônio de importância nacional".

Se os ossos forem de Santa Eanswythe, seriam os únicos restos sobreviventes conhecidos da casa real de Kent, disse Richardson. O Reino de Kent existiu de meados do século V até o ano 871, antes de sua desestabilização. Kent é agora um condado da Inglaterra.

Santa Eanswy era a neta do rei Ethelbert, o primeiro rei cristão da Inglaterra, e a filha do rei Eadbald de Kent. Nasceu por volta de 614 d.C.

Por volta do ano 630, fundou um Priorado Beneditino de Folkestone, no sudeste de Kent, que foi uma das primeiras comunidades monásticas cristãs para mulheres na Grã-Bretanha. Acredita-se que ela era a abadessa desta comunidade e morreu de causas desconhecidas entre os 17 e os 22 anos. A devoção popular a ela cresceu rapidamente na área circundante e sua vida foi registrada pelo monge e hagiógrafo Goscelin, de Canterbury.

Após sua morte, o convento continuou funcionando durante algum tempo antes de fechar – segundo algumas fontes após o saque dos Vikings – e, em seguida, o local desabou no mar. Em 1138, seus restos foram transferidos para o priorado que estava sendo construído em Folkestone e nomeado em sua homenagem.

Em 15 de novembro de 1535, a igreja do priorado foi confiscada e todas as relíquias encontradas foram destruídas como parte da dissolução dos mosteiros durante a Reforma.

Os restos de Santa Eanswythe foram escondidos pelos monges durante o período de Reforma da perseguição católica na Inglaterra. Os ossos foram descobertos, escondidos em uma caixa de chumbo que estava oculta na parede de uma igreja, em junho de 1885.

Richardson admitiu que, embora não tivesse 100% de certeza de que os ossos eram de Santa Eanswythe, considerava-o nos mesmos "termos de certeza quando comparado a Ricardo III da Inglaterra" e que "realmente não há indicação de que ele pertença a outra pessoa".

O rei Ricardo III da Inglaterra, que era católico, morreu em 1485. Seus restos foram descobertos em 2012 sob um estacionamento em Leicester. Os testes de DNA confirmaram a identidade dos ossos mais tarde.

Um resumo de notícias publicado na edição de 9 de agosto de 1885 do New York Times descreveu a descoberta dos ossos de Santa Eanswythe.

Agora que a datação por carbono confirmou que os restos são do século VII, haverá mais testes de DNA e isótopos para aprender mais sobre a vida da santa cristã primitiva.

"Há mais trabalho a ser feito para aproveitar todo o potencial dessa descoberta. Mas certamente o projeto representa uma maravilhosa conjunção não apenas de arqueologia e história, mas também de uma tradição de fé viva e contínua em Folkestone, de meados do século VII até os dias atuais", concluiu Richardson.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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