MADRI, Sep 2, 2005 / 12:25 pm
O Presidente do Instituto de Política Familiar (IPF), Eduardo Hertfelder de Aldecoa, acusou ao chefe do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, de querer enganar à população com argumentos falaciosos e tresnoitados ao impulsionar políticas “mau chamadas sociais” que amputam ao ser humano de sua dimensão ética e moral.
Em uma carta aberta dirigida ao Presidente espanhol, Hertfelder lamentou que apesar das evidências, aquele siga “teimosamente empenhado em não querer ver a verdade sobre alguns temas verdadeiramente graves e transcendentes” e assinalou como causa desta persistência “a pérfida vontade de uma minoria reduzida e elitista de conduzir à ‘massa’ social, com argumentos falaciosos, para uma visão ultra-positivista”.
Para o presidente do IPF, “este novo reducionismo centrado em amputar do homem sua dimensão ética e moral, deixando-o relegado só ao âmbito privado, é sempre esquivo à verdade e excludente”.
Em sua missiva, Hertfelder se refere, por exemplo, ao “aborto ideológico” exibido por Rodríguez Zapateiro. A respeito, assinala que esta ideologia “se apóia, quase sempre, em repetições mau adaptadas de referências pretéritas e populistas. Os porta-bendeiras deste pensamento tão recorrente som arremedos de outros ‘homo-antecessores’ que já tiveram sua estréia neste teatro do mundo”.
“Não pode você, Sr. Zapateiro, –continua o texto– como Presidente do Governo espanhol fazer caso e seguir a este ‘grupo de pensadores’ que bem poderiam ser etiquetados, para outros, de tresnoitados ilustrados, ou de liberais de panela, ou simplesmente de post-modernos semeadores de um laicismo metastático”.
Depois de lamentar a falta no presidente socialista de um “discurso objetivo e formal sobre a verdadeira dignidade do homem e sua dimensão ética e moral”, Hertfelder pediu ao Rodríguez Zapateiro observar alguns sinais de “uma sociedade que se degrada de forma alarmante”.
Assim, referiu-se aos “mais de 80 mil abortos em 2004, sobre tudo de adolescentes (acumulado mais de um milhão)”; as separações e divórcios são mais da metade dos matrimônios que se contraem anualmente; preocupantes cifras de fracasso escolar, droga e álcool em nossos jovens; as campanhas sobre educação sexual e distribuição de camisinhas que se realizaram não serviram nem para frear as estatísticas; e as ações em política familiar são um insulto e ofensa ao matrimônio e a família com sua aposta decidida a favor do ‘matrimônio’ entre pessoas do mesmo sexo”.
Por último, o presidente do instituto familiar pediu não só garantir ao líder do Governo “os bens materiais da chamada sociedade do bem-estar, que muitas vezes está mais perto do feroz consumismo e da exploração de terceiros países, senão em assegurar o equilíbrio e a qualidade de vida das pessoas garantindo sua dignidade desde uma visão humanística, ética e moral”.
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