CIDADE DO CABO, Mar 19, 2020 / 16:00 pm
Depois que o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, catalogou o avanço da COVID-19 como um desastre nacional, os bispos católicos deram medidas preventivas para a vivência da fé, que contempla uma capacidade máxima de cem pessoas na celebração da Santa Missa.
A declaração de Ramaphosa é a primeira do tipo na África Subsaariana, que reflete a situação que vive o país, o qual já tem 116 casos confirmados de infecção pelo vírus.
Em um comunicado divulgado na segunda-feira, 16 de março, a Conferência dos Bispos Católicos da África Meridional (SACBC) indicou que, seguindo as medidas tomadas pelo presidente, a Igreja Católica no país decidiu restringir a participação na Missa Dominical a cem pessoas.
No comunicado, os bispos indicam que "concederão uma dispensa das obrigações normais de participar da Missa dominical e de outras celebrações sacramentais aos idosos, doentes e crianças" e incentivarão os sacerdotes a celebrar "mais Missas com grupos menores".
Além disso, os prelados pedem ao clero que seja cuidadoso e prudente na administração, celebração e assistência dos sacramentos do Batismo, da Primeira Comunhão, da Crisma, do Santo Matrimônio e das Ordens Santas.
"Devem ser tomadas medidas de segurança para administrar o Sacramento da Penitência e Reconciliação", indicam.
Do mesmo modo, pediram "medidas extraordinárias de segurança" no processo de visita e unção dos doentes e anunciaram que "será concedida a permissão necessária para a absolvição geral durante a pandemia".
Outras medidas preventivas pedem aos bispos que adiem as ordenações ao sacerdócio e ao diaconato, restrinjam a participação em matrimônios a "apenas membros imediatos da família", limitem a participação em funerais a "menos de cem" pessoas e suspendam a bênção dos sacramentais mediante a colocação das mãos.
Os retiros e cursos também foram suspensos.
Em relação às celebrações da Páscoa, os prelados sul-africanos aconselharam considerar "alternativas seguras aos rituais do tríduo".
Outras recomendações incluem evitar colocar água benta na entrada das igrejas, observar a higiene por parte dos clérigos e ministros extraordinários da Sagrada Eucaristia e lavar as mãos com frequência por parte de todos.
Segundo os bispos, as "medidas drásticas" oferecem aos cristãos da região uma oportunidade de renovar seu apreço pelo "valor da oração em casa e em privado".
"Incentiva-nos a ler nossas Bíblias e celebrar os Serviços da Palavra; podemos estar em 'comunhão espiritual' com nosso Senhor na Eucaristia e em nosso próximo", acrescentam.
Enquanto isso, na tentativa de prevenir a propagação da COVID-19, espera-se que o governo da África do Sul revogue os quase dez mil vistos emitidos neste ano aos cidadãos da China e Irã. Mais adiante, serão requeridos vistos para outros países de alto risco, que anteriormente estavam livres de vistos, incluindo Itália e Estados Unidos.
Com 116 casos confirmados de COVID-19, o país tem o maior número de infecções na África Subsaariana e o segundo maior na África, depois dos 196 casos confirmados no Egito. A Argélia ocupa o terceiro lugar com 72 casos.
Publicado originalmente em ACI África. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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