18 de dezembro de 2024 Doar
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Cientistas do Vaticano exigem respostas contra o coronavirus e propõem soluções

Foto referencial. Crédito: ACI Prensa.

As Academias de Ciências Pontifícias divulgaram uma declaração na sexta-feira, 20 de março, incentivando os líderes mundiais a fazer ajustes nas respostas de curto e longo prazo ao coronavírus.

A declaração foi publicada em 20 de março pela Pontifícia Academia das Ciências e pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais e nela contribuíram cerca de 20 líderes internacionais da ciência designados pelo Papa Francisco.

Os líderes expressaram sua gratidão pelo "máximo serviço" oferecido pelos profissionais médicos contra a pandemia de coronavírus, mas enfatizaram que os desafios e consequências desafortunadas permanecem.

Indicaram que há cinco áreas que precisam de melhorias, como as respostas precoces, grande suporte das comunidades científicas, melhor proteção da população vulnerável, interdependências globais mais fortes e maior compaixão.

Segundo a declaração, todos os países devem se concentrar em realizar medidas que fortaleçam os sistemas de atendimento à saúde. Além disso, os especialistas criticaram o fracasso dos governos, instituições públicas e dos meios de comunicação em dar uma resposta adequada ao coronavírus.

Da mesma forma, os líderes disseram que a resposta deveria ser liderada pela sociedade civil e incluir ações de distribuição das comunidades locais e, como a pandemia limita a interação face a face, disseram que a tecnologia da comunicação deveria ser aprimorada.

"É de vital importância adiantar-se à curva para enfrentar essas crises globais. Enfatizamos que as medidas de saúde pública devem ser iniciadas imediatamente em todos os países para combater a propagação contínua desse vírus. Deve-se reconhecer e agir sobre a necessidade de realizar testes em larga escala, e se deve colocar em quarentena as pessoas que testam positivo para a COVID-19, junto com seus contatos mais próximos", disse o comunicado.

Também disseram que é necessário ampliar o apoio às comunidades científicas, pois deveria haver uma maior compreensão das doenças zoonóticas que podem ser transmitidas entre animais e seres humanos.

Nesse sentido, os líderes assinalaram que isso poderia exigir a remodelação dos sistemas de produção animal relacionados à alimentação para reduzir o risco de doenças zoonóticas e promover mais pesquisas sobre o comportamento humano sob estresse psicológico, a fim de melhor compreender a resposta do governo.

"Fortalecer a pesquisa de ciências básicas, fundamentais ou puras, melhora a capacidade de detectar, responder e, em última instância, prevenir ou pelo menos mitigar catástrofes como as pandemias. A ciência precisa de melhor financiamento nos níveis nacional e transnacional, para que os cientistas tenham os meios para descobrir os medicamentos e vacinas certas. As empresas farmacêuticas têm uma responsabilidade fundamental de produzir esses medicamentos em alta escala, se possível", disseram.

Os especialistas também disseram que devem ser tomadas medidas para proteger as pessoas vulneráveis ​​da infecção por vírus, como os médicos e enfermeiros ou as pessoas mais pobres. Além disso, assinalaram que a pandemia e as respostas "míopes" podem causar grandes danos à economia, prejudicando a produção de alimentos.

"É essencial que em todos os países a ação política tenha um foco mais amplo na saúde pública para proteger as pessoas pobres e vulneráveis ​​do vírus COVID19, que também terá um impacto adverso nas economias mundiais", assinalaram os especialistas.

Os líderes emitiram uma advertência e disseram que "a menos que sejam mitigadas, as consequências perturbadoras previstas na produção e suprimento de alimentos, e em muitos outros sistemas, prejudicarão especialmente os pobres".

Disseram também que "as pandemias representam uma ameaça para milhões de refugiados, migrantes e deslocados à força", portanto, imploraram à comunidade global que "intensifiquem os esforços para proteger os mais vulneráveis entre nós".

Para a delegação, embora o mundo tenha se isolado em resposta ao surto de COVID19, esse tipo de defesa contra o vírus pode ser contraproducente, pois as organizações transnacionais e internacionais precisam estar equipadas para gerenciar a cooperação global.

"As medidas de mitigação para frear a rápida propagação do contágio às vezes requerem fechar as fronteiras ao redor dos pontos críticos afetados. No entanto, as fronteiras não podem se tornar barreiras que obstaculizem a ajuda entre as nações. Os recursos humanos, os equipamentos, o conhecimento sobre as melhores práticas, os tratamentos e os abastecimentos devem ser compartilhados" disseram.

Nesse sentido, os líderes reforçaram que as "crises mundiais exigem uma ação coletiva", pois "a prevenção e a contenção das pandemias são um benefício público mundial e sua proteção requer uma maior coordenação global, assim como um desacoplamento temporal e adaptativo".

Além disso, sustentaram que a compaixão e a solidariedade também devem se fortalecer, e assinalaram que as igrejas e outras comunidades religiosas oferecem contribuições valiosas neste desafio.

"Uma lição que o vírus está nos ensinando é que a liberdade não pode ser disfrutada sem responsabilidade e solidariedade. A liberdade divorciada da solidariedade gera um egoísmo puro e destrutivo. Ninguém pode triunfar sozinho. A pandemia COVID-19 é uma oportunidade para sermos mais conscientes da importância das boas relações em nossas vidas", concluíram.

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