22 de novembro de 2024 Doar
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Monges produzem e doam caixões a afetados por coronavírus nos EUA

Foto referencial. Crédito: Pixabay.

Um mosteiro de monges trapistas, em Iowa, oferece caixões gratuitos para famílias em dificuldades financeiras que perderam um ente querido nos Estados Unidos.

Esse ato de caridade incomum, mas necessário, é realizado pela Abadia de New Melleray, que desde 1999 oferece orações pelos falecidos e se sustenta fazendo caixões. O mosteiro anunciou na semana passada que começará a oferecer caixões gratuitamente para apoiar as famílias afetadas financeiramente pelo COVID-19.

"O vírus COVID-19 afetará muitas famílias financeiramente vulneráveis ​​e que não estão preparadas para isso. Além de sua dor se perguntarão: onde vamos deitar nosso ser querido que partiu tão inesperadamente?", disse em um comunicado, o Pe. Mark Scott, Abade da Ordem. 

Os monges de New Melleray fabricarão os caixões de madeira, usando pinheiros completamente maduros que colhem na floresta da abadia, localizada no condado de Dubuque.

Da mesma forma, os monges abençoarão todos os caixões doados, rezarão pelos mortos e enviarão um cartão de memória para as famílias no primeiro aniversário da morte e, como sempre, plantarão uma árvore como um monumento vivo para cada caixão feito.

A ordem já recebeu algumas solicitações de caixões gratuitos desde 25 de março, data em que a iniciativa foi anunciada, disse Marjorie Lehmann, diretora da administração da abadia New Melleray, em declarações à CNA, agência em inglês do grupo ACI.

"A oferta de fornecer caixões gratuitos é uma medida temporária projetada para aliviar economicamente as famílias que estão enfrentando estresse financeiro devido ao COVID-19", acrescentou.

Lehmann assinalou que, embora os monges vivam uma vida oculta de oração, são muito conscientes dos acontecimentos atuais, e é por isso que oferecem caixões gratuitos como um gesto de estar perto das vítimas da pandemia e de pessoas que enfrentam dificuldades financeiras.

"Os monges estão prestando esse serviço como uma expressão de solidariedade com todos os que sofrem com a crise do COVID-19", pois "acreditam que enterrar os mortos é uma obra de misericórdia corporal e, como estão enclausurados, essa é a forma como eles podem chegar ao mundo e ajudar em momentos de necessidade", acrescentou.

Mais de um milhão de pessoas foram infectadas com o novo coronavírus e mais de 70 mil morreram em todo o mundo. Nos EUA, que atualmente é o país mais afetado pelo COVID-19 no mundo, mais de 10 milhões de pessoas ficaram desempregadas nas últimas duas semanas, devido a medidas governamentais obrigatórias para conter a propagação do vírus, que forçaram o fechamento de várias empresas e organizações.

O vírus é um perigo potencial para qualquer pessoa e ainda não é possível ver todo o impacto que esta pandemia trará, e é por isso que "qualquer pessoa poderia estar desempregada devido ao fechamento de seus centros de trabalho. Realmente, qualquer pessoa poderia enfrentar estresse financeiro ou precisar da facilidade de enterrar seu ser querido, e um caixão doado poderia significar um pequeno alívio para essa pessoa", disse Lehmann.

Com a doação de caixões, "trata-se de honrar a vida de alguém. Respeitar a pessoa que morre é honrar e validar a vida dessa pessoa", disse Lehmann, assinalando que "o povo precisa que as pessoas demonstrem compaixão e esse é um gesto muito pequeno do qual muitos podem precisar nessa pandemia".

Através desta iniciativa busca-se "ser compassivos e fazer com que as pessoas saibam que não estão sozinhas, que estamos pensando e rezando por elas e estamos aqui para ajudá-las dessa maneira. Não há razão para não fazer isso", acrescentou.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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