18 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco recorda Encíclica de São João Paulo II em favor da unidade dos cristãos

O Papa Francisco reza em Jerusalém com o Patriarca Ecumênico Bartolomeu. | Vatican Media

O Papa Francisco refletiu sobre o caminho ecumênico em favor da unidade entre os cristãos e lembrou que "a unidade não é principalmente o resultado da nossa ação, mas é dom do Espírito Santo. No entanto, esta não virá como um milagre ao final: a unidade vem no caminho, o Espírito Santo a constrói ao longo do caminho".

Assim indicou o Santo Padre em uma carta dirigida ao Cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, por ocasião dos 25 anos da publicação da Encíclica de São João Paulo II "Ut unum sint" (que todos sejam um).

"Invoquemos confiantes, portanto, o Espírito, para que guie os nossos passos e cada um sinta, com renovado vigor, o apelo a trabalhar pela causa ecumênica; que Ele inspire novos gestos proféticos e reforce a caridade fraterna entre todos os discípulos de Cristo, para que o mundo creia (Jo 17,21) e se multiplique o louvor ao Pai que está nos Céus", pediu o Papa.

Na carta assinada no domingo, 24 de maio, mas divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé em 25 de maio, o Pontífice lembrou quando São João Paulo II assinou a Carta Encíclica Ut unum sint para recordar "o empenho ecumênico da Igreja Católica" e explicou que São João Paulo II "a publicou na Solenidade da Ascensão do Senhor, colocando-a sob o signo do Espírito Santo, artífice da unidade na diversidade, e neste mesmo contexto litúrgico e espiritual nós a comemoramos e propomos ao povo de Deus".

"Com o olhar posto no horizonte do Jubileu do Ano 2000, queria que a Igreja, a caminho do terceiro milênio, mantivesse bem presente a insistente oração de seu Mestre e Senhor: "Que todos sejam um!", destacou o Papa ao citar a passagem do Evangelho de São João (17,21).

Nesse sentido, o Papa Francisco enfatizou que o Concílio Vaticano II "reconheceu que o movimento para o restabelecimento da unidade de todos os cristãos emergiu com a ajuda da graça do Espírito Santo" e animou a continuar com "o diálogo da vida, no âmbito da pastoral e cultural".

"Como os discípulos de Emaús, podemos sentir a presença do Cristo ressuscitado que caminha ao nosso lado", indicou o Santo Padre, que agradeceu a Deus "pelo caminho que nos permitiu viajar como cristãos em busca de comunhão plena".

Nesta linha, o Pontífice encorajou que "não devemos deixar de confiar e agradecer" o caminho ecumênico em favor da unidade entre os cristãos, porque "muitos passos foram feitos nestas décadas para curar feridas seculares e milenárias; cresceram o conhecimento e a estima recíprocos, favorecendo a superação de preconceitos arraigados; desenvolveu-se o diálogo teológico e caritativo, assim como várias formas de colaboração no diálogo da vida, no plano pastoral e cultural".

Além disso, o Santo Padre confidenciou: "neste momento, penso nos meus queridos irmãos que presidem as diversas Igrejas e Comunidades Cristãs; e também em todos os irmãos e irmãs de todas as tradições cristãs que são os nossos companheiros de viagem".

"Somente o Espírito Santo pode suscitar a diversidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo, produzir a unidade. É Ele quem harmoniza a Igreja. Vem à minha mente aquela bela palavra de São Basílio, o Grande: 'Ipse harmonia est', Ele mesmo é a harmonia", afirmou Francisco.

Por último, o Papa Francisco agradeceu pelo trabalho que faz o Pontifício Conselho para a Unidade entre os Cristãos por "manter viva a consciência desse objetivo irrenunciável dentro da Igreja" e destacou duas iniciativas recentes: "um Vademecum ecumênico para os bispos, que será publicado no próximo outono como estímulo e guia para o exercício de suas responsabilidades ecumênicas" e a apresentação da revista "Acta Œcumenica, que, na renovação do Serviço de Informação do Dicastério, propõe-se como subsídio para quem trabalha para o serviço da unidade".

"O serviço da unidade é um aspecto essencial da missão do Bispo, que é 'o principal fundamento perpétuo e visível da unidade' em sua Igreja particular", afirmou o Papa ao citar o documento do Concílio Vaticano Segundo Lumen gentium e acrescentou que "a unidade não é principalmente o resultado da nossa ação, mas é dom do Espírito Santo. No entanto, esta não virá como um milagre ao final: a unidade vem no caminho, o Espírito Santo a constrói ao longo do caminho", concluiu o Papa.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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