23 de novembro de 2024 Doar
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Deixou o Irã com uma Bíblia porque queria ser cristão, dois anos depois foi batizado

Mahdi atrás de uma fonte batismal. Crédito: Arquidiocese de Burgos (Espanha)

Mahdi foi batizado no sábado passado, 23 de maio, após dois anos de formação catequética, em Burgos (Espanha), onde chegou do Irã para pedir asilo porque queria ser cristão.

Mahdi deixou o Irã há 2 anos. Saiu deste país de maioria islâmica apenas com uma Bíblia em persa e com o desejo em seu coração de se converter ao cristianismo.

"Lá [no Irã] as coisas estão muito ruins; os cristãos são perseguidos", assegurou ao site da Arquidiocese de Burgos, por isso, o desejo de seguir "o caminho luminoso de Jesus e Maria" o levou a emigrar.

Durante três meses, percorreu milhares de quilômetros até que uma caminhonete o deixou em Burgos. Lá, a primeira coisa que fez foi ir à delegacia para pedir asilo político para ser cristão.

Ele foi recebido na Casa de Acolhida de São Vicente de Paula, que as Filhas da Caridade têm em Burgos.

Um dia, com a ajuda de um tradutor, conseguiu escrever no celular o desejo que tinha no coração: "Quero ser cristão".

As Filhas da Caridade, surpresas com a mensagem, começaram a ajudar Mahdi, que iniciou um processo catequético que culminou no sábado, 23 de maio, com a celebração de seu batismo na Catedral de Burgos, presidido pelo Arcebispo local, Dom Fidel Herráez Vegas.

Há quase um ano, Mahdi mora em um apartamento que paga com ajuda enquanto aguarda a resolução de seu pedido de asilo e consegue trabalho.

Segundo destaca, o Deus do cristianismo "é muito diferente ao do islã, não é preciso ter medo dele, é amor", "não sei explicar o que sinto; o caminho de Jesus dá muita luz e é a opção que quero seguir na minha vida".

Desde sua chegada à Espanha, manteve sua formação catequética em todos os momentos, graças à ajuda de José Luis Lastra, conselheiro da delegação da Pastoral das Migrações.

A princípio, utilizavam o Google tradutor para se entenderem, até que Mahdi foi pouco a pouco dominando o espanhol.

Segundo destaca do que aprendeu no Catecismo: "É Deus quem vem até nós e não como no Islã, somos nós que temos que chegar a ele".

Seus familiares, entre eles uma de suas irmãs que mora em Madri, não se opõem a que Mahdi mude de religião, uma decisão que ele tomou "convencido".

"Além disso, desde que minha mãe faleceu há três anos, sinto que Nossa Senhora cuida de mim e me acompanha e está sempre comigo", explica.

Embora seu batismo estivesse previsto para a vigília Pascoal, a pandemia de coronavírus fez com que tivesse que ser adiado até o sábado passado. Na cerimônia, também recebeu a Primeira Comunhão e a Crisma, acompanhado por Lali, uma filha da caridade, e Satur, um voluntário da casa de acolhida que o apoiou durante estes anos.  

Segundo explica, sua vida como cristão tem "um objetivo para o futuro cheio de verdade", porque "todo mundo tem sua história, mas a minha é diferente graças a Deus".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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