16 de dezembro de 2024 Doar
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Esta leiga que promoveu o sustento de missionários será declarada beata

Paulina Maria Jaricot. Crédito: Pontifícias Obras Missionárias.

O Papa Francisco aprovou ontem, 27 de maio, o decreto necessário para a beatificação de Paulina Maria Jaricot, iniciadora da Obra de Propagação da Fé, uma das Pontifícias Obras Missionárias (POM), conhecida especialmente pelo Domingo dedicado às Missões (DOMUND).

A Congregação para as Causas dos Santos confirmou a cura de uma menina de três anos através de sua intercessão, que abre caminho para os altares dessa jovem leiga, "que envolveu todos os cristãos no cuidado da missão universal da Igreja, com a oração e a colaboração econômica", destaca as POM em um comunicado.

Paulina Maria Jaricot "dedicou sua vida a que a preocupação pela missão seja responsabilidade de todos os batizados. Sua grande inspiração foi criar um sistema de ajuda em 'rede' que mostrasse a universalidade e a comunhão da Igreja".

Pe. José María Calderón, diretor das POM Espanha, assegurou que "Paulina é um presente para a Igreja", "o Papa Francisco pediu na mensagem às POM na última quinta-feira que a missão não buscasse autopromoção, mas discrição e serviço: parece que fala da fundadora da Pontifícia Obra Missionária mais importante: a Propagação da Fé!", explicou.

Por isso, destacou que "Paulina Jaricot passou despercebida em seu tempo, sendo a mais eficaz promotora do amor à missão e da ajuda aos missionários. O milagre que a Igreja agora reconhece ajudará a valorizar a preciosa espiritualidade que viveu e transmitiu".

Sua obra foi reconhecida pelo Papa Pio XI como um instrumento valioso para toda a Igreja e foi assumida como pontifícia em 1922. De seu legado destaca-se o Dia do Domund, com o qual a Igreja sustenta os 1.111 territórios missionários que se estendem por todo o mundo.

Uma cura milagrosa

O milagre aprovado pelo decreto do Papa Francisco ocorreu em 2012, no 150º aniversário do nascimento de Paulina. A pequena Mayline Tran, com três anos de idade, perdeu a consciência por causa da asfixia provocada por um engasgo com alimento.

A menina foi hospitalizada em estado de desespero após a asfixia e uma parada cardiovascular de 20 minutos e foi considerada perdida. Embora o tratamento médico tenha sido suspenso, a família impediu que lhe retirassem o suporte de vida artificial.

Fez-se uma novena a Paulina Jaricot, pouco depois, a menina acordou, mas com danos cerebrais e o prognóstico do estado vegetativo. Ainda assim, contra toda esperança, ficou completamente curada.

A cura foi submetida a um Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Lyon, de 20 de julho de 2018 a 28 de fevereiro de 2019. Suas ações foram enviadas à Congregação para as Causas dos Santos. A comissão médica validou a natureza inexplicável da cura.

Breve biografia

Paulina Jaricot foi uma leiga francesa que nunca sentiu a vocação para a vida consagrada, em um contexto no qual parecia que aqueles que queriam seguir a Jesus Cristo precisavam necessariamente seguir o caminho da consagração religiosa.

Nascida na França, em 22 de julho de 1799, em uma família de industriais ricos, Paulina recebeu uma boa educação cristã.

Após vários acontecimentos pessoais e ouvindo uma pregação na Quaresma em 1816, ela passou por uma transformação interior que mudaria sua vida, decidindo se vestir como as trabalhadoras de Lyon em solidariedade à sua pobreza.

Movida pelo desejo de ajudar seu irmão Fileas, seminarista que estava se preparando para ser um missionário na China, decide dedicar-se às missões, informando sobre as necessidades dos missionários e buscando a forma como sustentá-los.

Empenhou-se para formar grupos de dez em dez pessoas, que se comprometessem a rezar pelas missões, e a fazer uma pequena doação.

Essa iniciativa, que começou com mulheres trabalhadoras, logo se espalhou entre as pessoas humildes por toda a França. Assim, em 1822, nasceu oficialmente a Obra de Propagação da Fé, que logo chegou a outros países.

O impulso do Papa Leão XIII contribuiu de maneira especial à sua difusão universal. Em 1922, Pio XI concedeu-lhe o título de Pontifícia e, na Espanha, é mais conhecido como DOMUND, em referência ao Domingo Mundial dedicado às missões que a Igreja instituiu graças a Paulina.

Mas o gênio espiritual da venerável Paulina Jaricot foi além da fundação da Obra Missionária da Propagação da Fé. De fato, ela sabia que a oração é o fundamento da missão da Igreja e estava determinada a fazer com que a oração do Terço fosse mais conhecida e praticada pelo maior número de pessoas possíveis para apoiar a proclamação do Evangelho nos territórios de missão.

Assim, em 1826, encorajada pelo sucesso de sua abordagem pessoal na organização da Obra Missionária, através da criação de pequenos grupos, Paulina usou os mesmos critérios para iniciar e organizar o "Rosário Vivente", uma iniciativa que também se espalhou pelo mundo.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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