20 de dezembro de 2024 Doar
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Cardeal Zen critica a lei de segurança aprovada pela China: "Hong Kong será outro Tiananmen"

Cardeal Joseph Zen Ze-kiun. Crédito: Bohumil Petrik (ACI)

O Arcebispo Emérito de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen, pediu às pessoas que continuem a luta contra a repressão comunista chinesa, como as milhares de pessoas que desafiaram a proibição da administração da cidade de recordar as vítimas do massacre de Tiananmen de 1989.

Em declarações a UCA News, o Cardeal disse que a lei de segurança nacional aprovada pelo Parlamento chinês em Hong Kong, em 28 de maio, é uma expressão de "ditadura" e não é para o bem do Estado, "mas para proteger o regime".

Segundo relatos, esta lei visa as manifestações pró-democracia em Hong Kong. A administração da cidade, apoiada por Pequim, considera o movimento pró-democracia uma atividade terrorista, e a nova legislação busca punir crimes como o terrorismo e a secessão.

"Hong Kong será outro Tiananmen", disse o Purpurado, e acrescentou que a cidade "simplesmente não é capaz" de ameaçar a autoridade central da China. O Cardeal descreveu Hong Kong como um cordeiro à espera de ser sacrificado.

O Cardeal, um crítico aberto do Partido Comunista Chinês (PCCh), disse que o aniversário do massacre de 4 de junho de 1989 deve inspirar outros "a pegar as bandeiras" que caíram das vítimas na Praça Tiananmen, na capital chinesa.

Algumas igrejas em Hong Kong recordaram este aniversário com Missas e orações pelos jovens que foram mortos em Pequim quando a China esmagou o movimento pró-democracia liderado por estudantes de 1989.

A comemoração anual e "a oração neste dia não é apenas para lamentar os falecidos ou confortar seus entes queridos", mas também "para nos lembrar que devemos recolher as bandeiras deixadas pelos mártires ... e continuar sua missão", disse o Cardeal Zen em um blog.

À medida que o regime comunista da China intensifica seu controle sobre Hong Kong, as autoridades da cidade negaram a permissão para realizar o programa comemorativo do massacre de Tiananmen. A ex-colônia britânica era o único lugar na China onde esse aniversário era permitido.

A polícia argumentou que a comemoração poderia aumentar o risco de infecção por coronavírus e representar uma ameaça significativa à vida e à saúde do público.

No entanto, dezenas de milhares desafiaram a proibição de organizar uma vigília massiva de velas, depois de derrubar as barricadas ao redor do parque Vitória.

Lee Cheuk-yan, presidente da Hong Kong Alliance in Support of Patriotic Democratic Movements of China, disse à UCA News que "a China está na escuridão, por isso os chineses não podem mais falar sobre 4 de junho". O movimento organiza o memorial "para incentivar as pessoas no continente" e "para lhes dizer que Hong Kong sempre dirá ao mundo a verdade".

Disse que a negação da permissão foi "motivada politicamente" e é uma ameaça à liberdade de reunião em Hong Kong.

O Cardeal Zen lembrou em seu blog que quando a China tomou Hong Kong das mãos britânicas, em 1997, concordou com uma política de "um país, dois sistemas", que permitia democracia e autonomia na ex-colônia. As pessoas acreditavam na política, "mas logo descobrimos que tínhamos sido enganados", disse.

O Cardeal citou vários movimentos feitos pelo Partido Comunista que corroeram a autonomia de Hong Kong, como negar o sufrágio universal à população local e desconsiderar a legalidade do referendo civil.

Lina Chan, secretária executiva da Comissão de Justiça e Paz de Hong Kong, disse que a repressão política sempre existiu.

"Este ano a epidemia foi usada para restringir a liberdade de reunião, mas a situação piorará quando a nova lei de segurança for promulgada", disse à UCA News.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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