24 de novembro de 2024 Doar
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Estudo revela as razões pelas quais os cristãos estão deixando a Palestina

Imagem referencial. Créditos: VnGrijl (CC BY-SA 2.0)

Uma nova pesquisa sobre os cristãos na Palestina revelou que muitos deles estão deixando o país não apenas por razões econômicas ou anexação de terras, mas também por preocupação com as atitudes de seus vizinhos muçulmanos.

A pesquisa, conduzida com o apoio da iniciativa cristã Philos Project, busca esclarecer quais são os desafios e as dificuldades diárias dos cristãos palestinos e aprofundar sobre as suas preocupações.

O diretor executivo de Philos Project, Robert Nicholson, explicou que a emigração de cristãos no país foi "por muito tempo" uma preocupação para ele, e que a pesquisa com 995 cristãos surgiu em parte de uma conversa com um alto funcionário da Autoridade Palestina sobre a tendência alarmante dos cristãos de abandonar a região.

Os cristãos, como parte da população da Palestina, diminuíram no século passado, de quase 10%, em 1922, para 6%, em 1967, e hoje, em 2020, eles são apenas 1% da população. De acordo com uma pesquisa da Autoridade Palestina de 2017, existem menos de 47 mil cristãos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

O cristão palestino e membro do Philos Project, Khalil Sayegh, indicou que, embora se saiba que os cristãos estão deixando a região, a pesquisa teve como objetivo descobrir o motivo dessa tendência.

Os resultados revelam que muitos cristãos temem problemas econômicos e um conflito israelense-palestino em andamento. Quase seis em cada dez cristãos palestinos (59%) citaram as dificuldades econômicas como o principal motivo pelo qual consideraram emigrar.

A grande maioria (84%) teme que o Estado israelense expulse os palestinos de suas terras; uma proporção semelhante de cristãos (83%) está preocupada tanto pelos ataques dos judeus quanto pela oposição a respeitar seus direitos civis por parte de Israel.

Sayegh assinalou que alguns cristãos indicam se sentir ameaçados por seus vizinhos muçulmanos, o que representa um "ponto de ruptura" para reconhecer as diferenças na emigração cristã e muçulmana na Palestina.

Quase oito em cada dez cristãos (77%) dizem estar preocupados com grupos do movimento islamista radical Salafista, na Palestina. Da mesma forma, 43% acreditam que a maioria dos muçulmanos não os quer na Palestina e 44% consideram que os cristãos são discriminados quando se candidatam ao trabalho.

Além disso, indicou que a grande maioria dos cristãos palestinos pesquisados ​​(80%) também se preocupa com a corrupção no governo, e cerca de 70% deles temem o grupo terrorista palestino Hamas. Em conjunto, a falta de segurança e a suspeita de corrupção no governo palestino podem ajudar a explicar o apoio à solução para criar um único estado na região.

Sayegh indicou que os cristãos consideram que em um só estado de Israel eles são uma minoria, "mas pelo menos não somos a única minoria", e eles se sentiriam menos seguros em um estado majoritário islâmico ou muçulmano.

Muitos cristãos palestinos assinalam que não confiam nos líderes da Igreja. Quase seis em cada dez, 58%, expressam que têm pouca ou nenhuma confiança em seus líderes cristãos e quase metade, 47%, sentem que a igreja não atende às suas necessidades, dos quais 56% enfatizaram que a igreja deveria proporcionar-lhes trabalho.

Essa falta de confiança "indica uma grande desconexão" entre os cristãos e seus líderes, que "fala de algo mais profundo", disse Sayegh.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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