New Jersey, Jun 24, 2020 / 07:00 am
Pe. John Paul Ginty tem uma história pouco comum: trabalhou como analista financeiro em Wall Street, em Nova York; depois, durante alguns anos como advogado, também foi engenheiro nuclear em um submarino e no domingo, 21 de junho, foi ordenado sacerdote na arquidiocese de Newark (Estados Unidos).
Pe. Ginty tem 55 anos e, embora o Papa São João Paulo II tenha influenciado na sua vocação, não é esse o motivo de seu nome porque "eu nasci vários anos antes de sua eleição".
No entanto, "sua morte em 2005 me ajudou a ler mais livros espirituais e a levar a oração mais a sério para tentar ler as escrituras de modo regular. Certamente me ajudou muito. Com a sua partida, quis saber mais sobre a fé", disse o recém-ordenado sacerdote à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.
O presbítero explicou que estudou finanças, governo e administração pública na Universidade de Notre Dame, depois ingressou na força de submarinos dos Estados Unidos, onde trabalhou entre 1988 e 1993. "Entre as muitas funções que desempenhei, esteve a de engenheiro nuclear" recordou.
Depois, estudou na Escola de Negócios da Universidade de Chicago entre 1993 e 1995, após o qual ocupou cargos como "analista financeiro na indústria das finanças, também em Wall Street". Depois, estudou direito entre 1999 e 2003 e trabalhou como advogado em vários lugares até antes de entrar no seminário, em 2013.
Além de começar a ler livros espirituais e a Bíblia após a morte do Papa São João Paulo II, outro fato importante para sua vocação foi a adoração eucarística.
"Na minha paróquia em Richwood, Nova Jersey, havia uma adoração eucarística permanente todos os dias da semana. Acho que foi em 2003 que fui convidado para participar e fazia uma hora de adoração uma vez por semana", explicou à ACI Prensa.
"Isso me ajudou muito. Eu diria que a experiência da hora santa uma vez por semana, muito cedo das 4 às 5 da manhã, o que certamente não foi fácil, me ajudou a ouvir a voz de Deus", disse.
Em 2013 e já como parte do Caminho Neocatecumenal, ao qual entrou em 2008, após a morte de seu pai, viajou para a Terra Santa e acompanhou o sacerdote peruano Israel Silva a uma missão especial que o ajudou a continuar crescendo em sua proximidade com Deus.
"Em julho, fui à Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro (Brasil). Fui para ajudar a minha paróquia com 80 fiéis. Estive em um encontro do Caminho Neocatecumenal e ali, de alguma forma, o Espírito Santo me ajudou a responder ao chamado, mesmo sendo muito mais velho que a maioria das pessoas de lá. Eu tinha 48 anos nesse momento", contou.
Pe. John Paul Ginty também comentou que a adoração ao Santíssimo Sacramento foi essencial porque o ajudou a "perguntar a Deus qual é a sua vontade para a minha vida, ajuda porque muitos não se fazem essa pergunta. Tomei muitas decisões na minha vida sem considerar isso. O que me ajudou depois foi a pregação na Igreja".
Para aqueles que pensam na possibilidade de ser sacerdotes, Pe. Ginty diz a eles para "que escutem a boa e sólida pregação dos ensinamentos da Igreja e que escutem Deus sobre sua missão na vida, porque todos temos uma. O problema é que muitos de nós não escutamos ou não queremos escutar".
Ao ser perguntado porque decidiu ser sacerdote, apesar do fato de a Igreja ter tantos problemas, incluindo os escândalos de abuso sexual, Pe. Ginty disse que não é algo que ele quer fazer, mas que "é um dom que devo aceitar".
"Isso é necessário para a minha salvação. Vejo mais claramente agora que a verdade da vida aparece com o tempo. Eu vejo isso como uma grande aventura que está prestes a começar. Sou muito grato e feliz pelo que Deus me deu neste momento", disse.
"É verdade que a situação é muito difícil, também aqui nos Estados Unidos, mas a Igreja é santa e, embora nem todos sejam santos, somos chamados à santidade juntos. Apesar dos sérios problemas, espero poder contribuir para a Igreja com a unidade e a comunhão", indicou o sacerdote à ACI Prensa.
"Espero ir à paróquia que me foi designada e compartilhar o testemunho com a comunidade, também com outras pessoas que não compartilham nossa fé. Nossa união com Cristo é nosso sinal", continuou.
Por fim, Pe. Ginty disse que espera "ser fiel e não trair a Igreja ou seu povo e, assim, deixar Jesus Cristo fazer sua obra".
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