16 de dezembro de 2024 Doar
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Vaticano pede que Israel e Palestina reabram negociação direta para alcançar a paz

Muro que divide Israel e Palestina. Crédito: Miguel Pérez Pichel | ACI Prensa

O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, reuniu-se em 30 de junho com os embaixadores dos Estados Unidos e Israel e pediu que reabram as negociações diretas com a Palestina para alcançar a paz.

O pedido do Vaticano vem depois que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu adiou a anexação a Israel de alguns territórios da Cisjordânia que a ONU reconhece como palestina.

Esse processo teve início em 1º de julho, mas foi adiado devido às discrepâncias entre as autoridades israelenses e à pressão da comunidade internacional.

"Ontem, 30 de junho de 2020, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, se reuniu com os embaixadores dos Estados Unidos da América e Israel, para expressar a preocupação da Santa Sé sobre possíveis ações unilaterais que poderiam comprometer mais ainda a busca da paz entre israelenses e palestinos e a delicada situação no Oriente Médio", indica um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, publicado na quarta-feira.

Como já declarado em 20 de novembro de 2019 e 20 de maio de 2020, a Santa Sé reitera que o Estado de Israel e o Estado da Palestina têm o direito de existir e de viver em paz e segurança, dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas" , continua o texto.

Por isso, "solicita às partes a fim de que trabalhem para reabrir o caminho da negociação direta, com base nas relevantes Resoluções das Nações Unidas, facilitada por medidas que sirvam para restabelecer a confiança recíproca".

O comunicado termina recordando as palavras do Papa Francisco em junho de 2014, na oração pela paz realizada no Vaticano com a presença dos líderes de Israel e da Palestina, na qual pediu que ambas as nações tivessem a "coragem de dizer sim ao encontro e não ao confronto; sim ao diálogo e não à violência; sim à negociação e não às hostilidades; sim ao respeito aos pactos e não às provocações; sim à sinceridade e não à duplicidade".

Em maio deste ano, o Secretário de Relações com os Estados do Vaticano, Dom Paul Richard Gallagher, conversou com o Secretário-Geral para a Libertação da Palestina e chefe das negociações de paz da Palestina com Israel, Saeb Erekat.

Erekat transmitiu ao chefe da diplomacia vaticana sua preocupação com "os recentes desdobramentos nos territórios palestinos e a possibilidade de que a soberania israelense seja aplicada unilateralmente em parte de referidas áreas, o que comprometeria ulteriormente o processo de paz".

Erekat se referiu, assim, à intenção de Israel de anexar unilateralmente terras da Cisjordânia que a ONU reconhece como sendo da soberania palestina.

A presença do embaixador dos Estados Unidos na reunião de ontem deveu-se ao chamado "Plano Visão pela Paz", que o presidente Donald Trump apresentou em janeiro para que Israel possa anexar cerca de 200 assentamentos estáveis ​​e provisórios e o estratégico Vale do Jordão em troca do reconhecimento de uma entidade estatal palestina nos 70% restantes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

A Cisjordânia é um território na margem oeste do rio Jordão que faz fronteira com Israel no norte, oeste e sul e Jordânia no leste. Israel e Palestina reivindicam direitos sobre este.

Cerca de três milhões de palestinos vivem na Cisjordânia, e a região está parcialmente sob controle militar israelense e parcialmente sob a Palestina. Cerca de 430 mil judeus israelenses também moram lá em 140 assentamentos.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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