17 de novembro de 2024 Doar
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Igreja de Sant’Ana, em São Paulo, elevada a Basílica Menor

Jornal O São Paulo/Divulgação

A Igreja em Sant'Ana, na zona norte de São Paulo (SP), foi elevada à designação de Basílica Menor, conforme anunciou o Arcebispo local, Cardeal Odilo Pedro Scherer, no último domingo, 5 de julho.

O anúncio foi feito durante Missa celebrada na Catedral da Sé, na qual estavam presentes também o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Santana, Dom Jorge Pierozan, e Padre José Roberto Abreu de Mattos, pároco da Paróquia de Sant'Ana, o qual passa a ser reitor da nova basílica.

Em carta pela concessão do título de Basílica Menor à Igreja de Sant'Ana, Dom Odilo recorda que no próximo dia 12 de julho será comemorado "125 anos de criação da paróquia de Sant'Ana, erigida em 1895 com Decreto de Dom Joaquim Arcoverde, então bispo de São Paulo".

O Purpurado lembra ainda a importância desta igreja para a capital paulista, sendo "um dos templos mais frequentados" da Arquidiocese. "O povo paulistano, desde longa data, tem especial veneração pela 'Senhora Sant'Ana' e ama essa igreja, cuja história se confunde com a do bairro homônimo. Nela são realizadas frequentes celebrações de âmbito arquidiocesano, eventos religiosos e pastorais, além de variadas iniciativas de caridade", pontua.

"Reconhecendo a importância dos sinais e dos simbolismos religiosos para a expressão e a vivência da fé, o povo experimenta no templo uma especial proximidade de Deus e sua ação salvadora. O templos são sinais de que há lugar para Deus nesta Cidade vibrante e sempre ocupada com mil afazeres e ajudam a testemunhar a fé na primazia de Deus em nossa vida pessoal e social", assinala o Arcebispo.

Para o Cardeal, "no ritmo frenético e, muitas vezes, desumano, da Cidade, as igrejas oferecem oásis de serenidade, onde as pessoas podem repousar e saciar sua sede de Deus e reencontrar o sentido da vida na acolhida da Palavra de Deus, na oração e na celebração dos Divinos Mistérios. Ali, reencontram-se também com a comunidade de irmãos, superando suas solidões e a abandonos".

Por isso, indica, "convencido de que o almejado título de Basílica Menor para a igreja de Sant'Ana poderia contribuir muito para esse fim e trazer abundantes frutos pastorais", decidiu-se apresentar à Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos o pedido para a concessão do título de Basílica Menor para essa história igreja em seu ano de jubileu.

"Tenho, pois, a alegria de comunicar hoje à arquidiocese de São Paulo que a Santa Sé, através da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, atendeu ao nosso pedido e concedeu à igreja paroquial dedicada a Sant'Ana, Mãe da Beatíssima Virgem Maria, o Título e a dignidade de Basílica Menor", informa a carta.

"Alegremo-nos e agradeçamos a Deus por essa graça concedida à nossa Arquidiocese! Peçamos que, mediante a intercessão de Sant'Ana, possamos realizar bem nossa missão de testemunhas de Deus, que habita esta Cidade e tem amor ao seu povo", completa Dom Odilo.

Por sua vez, Pe. José Roberto Abreu de Mattos, reitor da nova Basílica, destacou, em entrevista ao jornal arquidiocesano 'O São Paulo', que este título é concedido pelo Santo Padre como reconhecimento da dignidade de uma igreja dentro de três características: arquitetônica, histórica e de devoção popular.

"A Igreja Sant'Ana possui essas três características. O conjunto arquitetônico é bonito, deslumbrante, harmonioso e, atualmente, está passando por uma grande reforma na parte interior. A história desta igreja e da devoção faz parte da tradição da Arquidiocese e da cidade… a festa de Sant'Ana sempre foi uma das principais de São Paulo, sempre com grande participação de fiéis", disse.

A cerimônia de entrega do título de Basílica Menor à igreja de Sant'Ana acontecerá no próximo dia 26 de julho, memória litúrgica de Sant'Ana e São Joaquim, em Missa presidida pelo Cardeal Odilo Scherer, às 15h.

Igreja histórica

De acordo com 'O São Paulo', a igreja de Sant'Ana foi construída entre 1896 e 1936 e é um dos símbolos do bairro de Santana, que nasceu em torno da paróquia.

A pedra fundamental deste templo foi abençoada em 1º de maio de 1896 pelo então Bispo da Diocese de São Paulo, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, o qual havia erigido canonicamente o território da Paróquia de Sant'Ana, em 12 de julho de ano anterior.

Em 26 de julho de 1908, foi inaugurada a capela-mor da matriz, que compreendia o presbitério e os altares laterais. Já a nave central do templo foi inaugurada em 1924.

Na festa da padroeira de 1941, foi concluída a construção das duas torres e abençoados os três sinos de bronze, por Dom José Gaspar de Affonseca e Silva, então Arcebispo de São Paulo.

Esta nova Basílica da Arquidiocese de São Paulo possui 54,72 metros de comprimento e 32metros de largura. Além disso, abriga algumas relíquias artísticas, como a histórica imagem de Sant'Ana, fabricada no século XVI, em terracota pintada, que era do acervo da antiga capela da fazenda que deu origem à paróquia e ao bairro.

A maioria de suas imagens sacras foi confeccionada pelo paroquiano Arthur Pederzolli, assinala 'O São Paulo', citando, por exemplo, as imagens da padroeira, de 1933, de Nossa Senhora das Graças, a Via-Sacra, Senhor dos Passos, Sagrada Família, São João Maria Vianney, entre outras.

Além disso, entre as belezas artísticas do templo, encontram-se vitrais que retratam o nascimento da Virgem Maria, sua apresentação no templo e o cuidado de Jesus sob os olhares dos santos avós. Já na rosácea do alto do presbitério, há um vitral que retrata Sant'Ana ensinando as sagradas escrituras para a Nossa Senhora.

Completa essa acervo de artes, ainda, uma pintura do Casamento de São Joaquim e Sant'Ana, do pintor Vicente Maezo, mestre da escola de arte de Madrid.

Além disso, em uma das torres, de 25 metros de altura, está o campanário, sendo o sino da nota "si" dedicado a São José, padroeiro universal da Igreja; o da nota "dó", dedicado a Sant'Ana; e o da nota "ré", a Santa Teresinha do Menino Jesus.

Por fim, a estrutura do templo conta também com as portas principais que foram esculpidas em madeira por detentos da Penitenciária do Estado de São Paulo, localizada no bairro de Santana.

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