BELÉM, Jul 24, 2020 / 13:00 pm
Em 20 de julho, as forças israelenses realizaram uma operação para remover uma fonte batismal bizantina do século VI, que Israel disse que foi roubada de um sítio arqueológico há 20 anos. Em resposta, uma autoridade palestina alega que o ato foi um roubo e um "crime de guerra".
A fonte, que se acredita que estava em uma igreja do século VI, em um sítio arqueológico perto de Belém, onde foi descoberta, pesa cerca de oito toneladas. Só haveria outras duas similares.
Um vídeo divulgado pelo Departamento Palestino de Diplomacia e Política Pública mostra como a fonte é transportada por um caminhão durante a noite.
Nem as autoridades israelenses nem as palestinas informaram de onde exatamente a fonte foi retirada, mas os meios palestinos indicam que foi retirada da cidade de Tuqu, localizada a uma hora ao sul de Belém.
A questão sobre quem é responsável pelos sítios arqueológicos da região e como são gerenciados é complexa, com vários problemas legais e práticos.
"O roubo de Israel de uma fonte da era bizantina nas proximidades de Belém à noite é um ato abominável de agressão e apropriação cultural", disse em uma declaração Hanan Ashrawi, chefe do Departamento Palestino de Diplomacia e Política Pública.
Mitri Raheb, pastor luterano e presidente da Universidade de Artes e Cultura Dar al-Kalima, em Belém, disse à CNA, agência em inglês do Grupo ACI, que Israel vem "roubando" a herança cultural palestina desde 1967.
"Esta peça sob a lei internacional é da Palestina. Tem que ser devolvida", acrescentou.
As autoridades israelenses consideraram a fonte como uma vitória arqueológica. Teria sido levada ao sítio arqueológico Tel Tokoa onde foi originalmente encontrada, em uma área controlada por Israel na Cisjordânia.
"Este é um momento importante e emocionante", disse Hananya Hizmi, diretora da Unidade de Arqueologia na Administração Civil, ao jornal The Times of Israel.
"Conseguimos devolver essa relíquia arqueológica única depois de anos de busca", acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, propuseram em janeiro um plano de paz para Israel e Palestina, que inclui um estado palestino independente com sua capital em Jerusalém Oriental.
Embora Israel tenha apoiado fortemente o plano dos Estados Unidos, a proposta não foi bem recebida pela Autoridade Palestina, em parte porque envolve a anexação do território palestino.
Os bispos dos Estados Unidos e da Santa Sé apoiam há anos a solução de dois estados, respeitando os direitos dos israelenses e dos palestinos de "viver em paz e segurança".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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