ISTAMBUL, Jul 28, 2020 / 12:00 pm
A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) emitiu um comunicado mostrando sua preocupação pela conversão de Santa Sofia em mesquita, em Istambul, (Turquia) porque "só pode intensificar o constante enfraquecimento e desvantagem de cristãos e outras minorias religiosas em toda a região".
O Presidente Executivo Internacional da Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) Thomas Heine-Geldern assegurou que "a ACN vê com grande preocupação" a conversão de Santa Sofia em uma mesquita, "porque, mais uma vez, uma questão religiosa está sendo explorada com o objetivo de consolidar o poder político interno".
"Está claro que o presidente turco Erdogan deseja implementar essa medida – criticada mundialmente – para melhorar seus índices de popularidade e desviar a atenção dos problemas de seu país", afirmou Heine-Geldern.
No comunicado divulgado pela ACN, enfatizaram que "a ACN compreende completamente a indignação que essa medida provocou entre os cristãos que vivem na Turquia e em todo o Oriente Médio. Só pode intensificar o constante enfraquecimento e desvantagem de cristãos e outras minorias religiosas em toda a região".
Nesse sentido, enfatizaram que "apesar dos protestos em contrário, e da mesma forma, apesar das claras disposições constitucionais, esses grupos minoritários na população são frequentemente tratados como cidadãos de segunda classe e são cada vez mais prejudicados por suas raízes e sua identidade".
"Ao mesmo tempo, a ACN vê com certo ceticismo a reação negativa entre muitas nações e políticos em relação a essa decisão. E, embora a indignação com a conversão desse edifício religioso seja grande, a contínua violência e discriminação contra cristãos e outras minorias religiosas em muitos países do mundo, às vezes até promovidas pelos mesmos Estados, recebem pouca ou nenhuma atenção", enfatizaram.
É por isso que insistiram em reafirmar "o direito humano à plena liberdade de religião", que "está ligado à dignidade incontestável da pessoa humana. Portanto, a Fundação apela a todos os governos nacionais e organizações internacionais, como as Nações Unidas, para defender ativamente esse direito".
Esta Fundação Pontifícia também condenou "as formas crescentes de extremo nacionalismo em muitos países do mundo, frequentemente motivadas por ideologias religiosas específicas. O resultado disso é que os membros das minorias religiosas nesses países são frequentemente vistos como estranhos e inimigos, mesmo tendo seus ancestrais se estabelecido ali antes da população atual tomar posse do país".
Por isso, convidaram "às nações ocidentais para que tirem lições da história do Oriente Médio no século XX. É importante que não fiquem mais caladas diante da destruição do direito fundamental à sobrevivência de grupos minoritários, seja na Turquia, Iraque, Índia, China, Paquistão ou em outro lugar" e reforçaram que "diante dessa perseguição, muitas vezes sangrenta, a conversão de um edifício de importância religiosa, cujos efeitos ainda são desconhecidos, ocupa o segundo lugar".
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