21 de novembro de 2024 Doar
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Presidente dos bispos católicos teve sua entrada negada na Bielorrússia

Dom Mogilev Tadeusz Kondrusiewicz, Arcebispo de Minsk-Mogilev e presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Bielorrússia | Cortesia de Catholic.by - Fotografia de Vitaly Palinevsky

Nesta segunda-feira, 31 de agosto, os guardas de fronteira da Bielorrússia negaram a entrada de Dom Mogilev Tadeusz Kondrusiewicz, Arcebispo de Minsk-Mogilev e presidente da Conferência dos Bispos Católicos do país.

Em declarações ao Catholic.by, o site oficial da Igreja Católica na Bielorrússia, o Bispo Auxiliar de Minsk-Mogilev, Dom Yuri Kasabutsky, confirmou que seu arcebispo estava voltando de uma viagem de negócios ao exterior na segunda-feira.

"Na passagem de fronteira de Kuznica Bialystok-Bruzgi, os guardas de fronteira da República da Bielorrússia negaram a entrada no país sem dar explicações ao chefe do Episcopado Católico da Bielorrússia", declarou.

Em uma mensagem posterior, o Bispo Auxiliar confirmou que nenhum comentário oficial foi feito sobre os motivos pelos quais sua entrada foi negada.

Dom Kasabutsky exortou o clero, as pessoas consagradas e os fiéis a rezar "pelo nosso pastor, para que o Senhor lhe apoie no momento da provação e lhe permita regressar ao seu rebanho o mais rápido possível".

"Pela experiência dos nossos antepassados, que durante a perseguição nos transmitiram o tesouro da fé como o maior valor, sabemos que a oração tem um poder de conquista. Por isso, peço-lhe que rezem incansavelmente pela Igreja Católica na Bielorrússia, pela nossa Pátria e por todo o povo da Bielorrússia, para que o Senhor misericordioso, através da representação de Nossa Senhora de Budslau, nos salve de todo o mal e nos envie Sua graça em todas as nossas necessidades", acrescentou.

O Arcebispo de Minsk-Mogilev, Dom Kondrusiewicz, é um cidadão bielorrusso, nascido em uma família de etnia polonesa. Ele se pronunciou recentemente em defesa dos manifestantes após uma eleição presidencial acirrada em 9 de agosto.

Na semana passada, exigiu uma investigação sobre as informações de que a tropa de choque bloqueou as portas de uma igreja católica em Minsk ao remover manifestantes de uma praça próxima.

Além disso, em 19 de agosto, rezou do lado de fora de uma prisão onde manifestantes presos foram supostamente torturados.

Bielorrússia, um país de 9,5 milhões de habitantes que faz fronteira com a Rússia, Ucrânia, Polônia, Lituânia e Letônia, tem sido palco de protestos generalizados desde que Alexander Lukashenko foi declarado vencedor das eleições presidenciais com 80% dos votos.

Autoridades eleitorais disseram que a candidata da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya, obteve 10% dos votos. Foi detida por várias horas depois de se queixar ao comitê eleitoral e fugiu para a Lituânia.

Além disso, a Polícia prendeu milhares de manifestantes que exigiam a recontagem dos votos. Apesar da repressão severa, os protestos continuaram em todo o país.

Em 21 de agosto, Dom Kondrusiewicz se encontrou com o ministro do Interior, Yuri Karaev, para expressar sua preocupação com a dura resposta do governo aos protestos.

Lukashenko é o presidente da Bielorrússia desde 1994, três anos depois que o país declarou sua independência da União Soviética.

Os católicos são a segunda maior comunidade religiosa na Bielorrússia, depois dos cristãos ortodoxos, que representam cerca de 15% da população.

O Papa Francisco pediu justiça e diálogo na Bielorrússia depois de rezar o Ângelus em 16 de agosto.

Em sua declaração na segunda-feira, Dom Kasabutsky exortou os sacerdotes a celebrar "a Santa Missa com a intenção de rezar por nosso país, pela Igreja Católica na Bielorrússia e pelo nosso arcebispo".

"Peço a participação do maior número de fiéis possível nas Santas Missas, na adoração dos Santos Dons e outros serviços de adoração em templos e capelas. Também os convido a se reunirem nas cruzes e capelas das estradas e nas casas para rezar o Terço, o Terço da Misericórdia de Deus e outras orações conjuntas", disse.

Por fim, o Bispo Auxiliar lembrou que, sendo "um momento difícil para todos", é tempo de "mobilizar-se na oração" e "apoiar-se mutuamente em qualquer situação, porque somos uma grande família".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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