Roma, Sep 8, 2020 / 09:30 am
As duas religiosas brasileiras da congregação de São José de Chambéry, desaparecidas no dia 12 de agosto em Mocímboa da Praia (Moçambique), estão seguras.
No dia 6 de setembro, Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo de Pemba (Moçambique), enviou uma nota à Agência Fides na qual informava que as Irmãs Inês e Eliane estavam "sãs e salvas" e "de volta conosco".
"Elevemos juntos um hino de ação de graças a Deus e continuemos rezando por todos os que ainda estão desaparecidos, deslocados e que sofrem as consequências da violência e da guerra. Pedimos a bênção de Deus para Cabo Delgado e que nos conceda o dom da verdadeira paz de que tanto necessitamos!", assegurou Dom Lisboa.
As duas freiras estavam desaparecidas desde 12 de agosto passado, quando ficaram sem comunicação após um ataque das milícias de al-Shabab a Mocímboa da Praia, importante centro da província de Cabo Delgado.
Não se sabia se tinham sido sequestradas ou se, pelo contrário, haviam ficado sem comunicação após o ataque.
Segundo informa a Agência Fides, naquela ocasião, a polícia e as Forças Armadas foram obrigadas a se retirar às pressas, deixando a milícia livre por alguns dias. Com efeito, neste momento, as religiosas foram retiradas de sua comunidade e levadas presas. Por alguns dias, não se soube nada delas, mas as autoridades nacionais e internacionais se mobilizaram imediatamente para facilitar a sua libertação. As negociações deram certo.
Ressaltam ainda que o ataque a Mocímboa da Praia demostrou que as milícias que se denominam "jihadistas" aumentaram os seus equipamentos porque antes entravam nas aldeias com motos velhas e armas rudimentares como facões e lanças, já os últimos ataques foram realizados com veículos novos off-road e armas automáticas.
A agência Fides assinala que, segundo alguns analistas, poderiam não ser grupos jihadistas, mas milícias vinculadas a grandes organizações criminosas, que estão criando bases para o tráfico de drogas internacional; e que, nos últimos dois anos, suas ações criaram instabilidade na área e obrigaram centenas de pessoas a se deslocarem.
As Irmãs de São José de Chambéry se viram no meio da luta e foram sequestradas.
As religiosas da Congregação de São José de Chambéry estão presentes na cidade de Mocímboa da Praia desde 2003. Ao longo dos anos criaram uma densa rede de creches e um centro social. Sua presença contribuiu para a alfabetização das crianças locais. Embora devido à intensificação da violência naquela área, algumas escolas tenham sido obrigadas a fechar.
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