20 de dezembro de 2024 Doar
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Cardeal Pell voltaria ao Vaticano amanhã

Cardeal George Pell. Crédito: Alan Holdren | ACI Prensa.

O Cardeal George Pell poderia voltar a Roma nesta semana, em seu primeiro retorno ao Vaticano desde 2017, quando solicitou dispensa de seu cargo de prefeito da Secretaria de Economia para viajar à Austrália.

Como fontes próximas ao Cardeal Pell confirmaram ontem à CNA – agência em inglês do Grupo ACI - seu voo está agendado para terça-feira, 29 de setembro.

O cardeal Pell está morando na Arquidiocese de Sydney desde que foi absolvido das acusações de abuso sexual pela Suprema Corte da Austrália.

Em 2014, o Cardeal foi nomeado pelo Papa Francisco para ser responsável pela Secretaria da Economia e para liderar os esforços de reformar os assuntos financeiros do Vaticano. Depois que as denúncias de abuso sexual foram apresentadas pela polícia do Estado australiano de Victoria, o Purpurado solicitou dispensa de seu cargo, em 2017, para retornar à Austrália e provar sua inocência.

O Cardeal Pell enfrentou denúncias de um único acusador sobre seu tempo como Bispo de Melbourne (Austrália). Passou 13 meses em confinamento solitário depois de ser inicialmente condenado e receber uma sentença de prisão de seis meses, até que foi inocentado pela Suprema Corte.

Seu mandato como chefe da secretaria financeira do Vaticano terminou enquanto estava na prisão, e o Papa Francisco nomeou, em 2019, o sacerdote jesuíta Juan Antonio Guerrero Alves como seu sucessor.

A notícia do retorno do Cardeal Pell a Roma chega poucos dias após a dramática renúncia do Cardeal Angelo Becciu, que foi convidado pelo Papa Francisco a deixar o cargo de Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e os direitos dos membros do Colégio de Cardeais, em 24 de setembro, depois que foi vinculado a uma investigação em andamento sobre má gestão financeira no Vaticano.

Becciu já havia trabalhado como número dois na Secretaria de Estado do Vaticano, onde, como a CNA relatou anteriormente, entrou em conflito repetidamente com o Cardeal Pell sobre a reforma nas finanças do Vaticano.

O Cardeal Pell, que não falou publicamente sobre seu antigo trabalho no Vaticano desde que foi absolvido, respondeu à notícia da renúncia de Becciu com agradecimento.

"O Santo Padre foi escolhido para limpar as finanças do Vaticano. Ele joga uma partida longa e temos que lhe agradecer e felicitar pelos acontecimentos recentes", escreveu o Purpurado em um comunicado enviado à CNA, em 25 de setembro.

"Espero que a limpeza dos estábulos continue tanto no Vaticano quanto em Victoria", disse.

Conforme informou CNA em 2019, o Cardeal Becciu também foi acusado de tentar disfarçar os empréstimos nos balanços do Vaticano, cancelando-os contra o valor da propriedade comprada no bairro londrino de Chelsea, uma manobra contábil proibida pelas novas políticas financeiras aprovadas pelo Papa Francisco em 2014.

A suposta tentativa teria sido detectada pela Prefeitura de Economia, então liderada pelo cardeal George Pell. Altos funcionários do secretariado disseram à CNA que quando o cardeal australiano pediu para ver os detalhes dos empréstimos, o Cardeal Becciu o chamou à Secretaria de Estado para uma "reprimenda".

Em 2016, Becciu desempenhou um papel decisivo na interrupção das reformas iniciadas pelo Cardeal Pell. Embora o Papa Francisco tenha dado à nova Prefeitura de Economia uma autoridade supervisora ​​autônoma sobre as finanças do Vaticano, Becciu interferiu quando a secretaria financeira do Cardeal Pell planejou uma auditoria externa de todos os departamentos do Vaticano, que seria conduzida pela firma PriceWaterhouseCooper.

Unilateralmente, e sem a permissão do Papa Francisco, Becciu cancelou a auditoria e o anunciou em uma carta a todos os departamentos do Vaticano.

Quando o Cardeal Pell questionou internamente o cancelamento da auditoria, Becciu persuadiu o Papa Francisco a dar sua aprovação à sua decisão, disseram fontes internas da prefeitura à CNA. A auditoria nunca foi realizada

Becciu deu uma entrevista coletiva em Roma, em 25 de setembro, na qual alegou ser inocente de má administração financeira.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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