KIEV, Oct 8, 2020 / 10:32 am
Pe. Grzegorz Draus cuida dos doentes com COVID-19 num hospital da cidade de Lviv (Ucrânia), para isso se veste diariamente com um traje especial de proteção para evitar o contágio de coronavírus.
Ele mora há 9 anos em Lviv (Ucrânia), um dos centros culturais, científicos e industriais mais importantes do país. Somente nesta região há mais de 3 mil infectados, 700 internados e quase 100 falecidos pelo coronavírus.
É por isso que, desde o início da pandemia na Ucrânia, visita os doentes de COVID-19 no hospital duas vezes por semana. "Infelizmente, devido a outros trabalhos paroquiais, é impossível para mim visitá-los com mais frequência", afirmou à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
No hospital, sempre com o traje de proteção, Pe. Grzegorz veste a estola que "simboliza, com toda a sua força, a vocação do sacerdote: um pastor que, se necessário, carrega suas ovelhas nos ombros e guia que conduz as almas para a vida eterna", assinalam da Fundação Pontifícia.
Segundo explica, o sacerdote, passa mais de 8 horas com este "uniforme", e quando vai de uma unidade hospitalar a outra, deve trocar parte do equipamento e se desinfetar com um líquido especial.
No hospital, todos os que trabalham com pacientes de COVID-19 estão sujeitos a grandes medidas de segurança, também o Pe. Grzegorz visto que se pretende evitar o que acontece em outros hospitais nos quais ocorrem "muitos contágios também entre os médicos porque não têm tantas medidas. Mas, não se deve baixar a guarda, a doença está em todas as partes. Fiz o teste duas vezes e, graças a Deus, estou saudável".
"Para mim, o mais difícil é trabalhar apesar da umidade e do suor porque fica tudo embaçado e quase não dá para ver nada. Não consigo imaginar como os enfermeiros trabalham nessas condições, não é fácil. No entanto, precisam fazer seu trabalho, como dar injeções", explica o sacerdote.
Por sua vez, visita "cada quarto, concedo a bênção, converso com os doentes e procuro dar boas notícias. Falo do amor de Deus".
"Os doentes têm uma fé forte. Digo-lhes que Jesus Cristo está muito unido a eles na cruz, sofreu os mesmos sintomas daqueles que sofrem desta doença, como as dificuldades para respirar" e também procura encorajá-los porque "o mais difícil são as consequências e os problemas que acarreta e afetam os demais: hospitalização, isolamento. Alguns podem se sentir culpados".
Pe. Grzegorz escuta as confissões daqueles que desejam e distribui a Sagrada Comunhão. Porém, devido às normas sanitárias, não pode consumir o resto das formas consagradas nem guardá-las ou conservá-las em qualquer lugar, mas, segundo afirma, "cada dia eu vivo um pequeno milagre, o número de pessoas que participam da comunhão é igual à quantidade de hóstias que eu trago comigo".
Este sacerdote também assegura que sempre teve claro que seguir o chamado de Deus ao sacerdócio seria uma atividade fascinante e se lembra das palavras de um amigo quando lhe disse que queria ser sacerdote "para se sacrificar ao serviço dos pobres". Ao que seu amigo respondeu: "Deus não precisa do seu sacrifício, mas do seu amor".
Assegura também que deseja seguir o exemplo de Santa Teresa de Calcutá "que só dormia 4 ou 5 horas porque era cheia de ardor na sua atividade, ela amava o que fazia. Também quero amar o que faço dessa forma, até o fim".
Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) apoia os sacerdotes ucranianos durante a pandemia do coronavírus por meio da campanha "As vítimas invisíveis da pandemia", com a qual enviam os equipamentos de proteção necessários, como máscaras, luvas, antissépticos, etc. a 3.478 sacerdotes, 92 seminaristas e mil membros de comunidades religiosas para que se protejam de forma adequada e evitem a propagação da infecção.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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