21 de novembro de 2024 Doar
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Aqueles que difamam São João Paulo II não têm fundamento, assegura universidade polonesa

São João Paulo II. Crédito: Vatican Media

O reitor e os vice-reitores da Universidade Católica João Paulo II de Lublin (Polônia) asseguraram que aqueles que difamam o Papa Wojtyla não têm fundamento, uma vez que não há "fatos ou descobertas objetivas" que sustentem esses ataques.

Assim indicaram as autoridades da universidade polonesa em um comunicado de 14 de novembro, divulgado pela assessoria de imprensa do Episcopado Polonês, após a publicação do Relatório McCarrick sobre os abusos do ex-cardeal norte-americano Theodore McCarrick, divulgado pelo Vaticano na terça-feira, 10.

Em seu comunicado, as autoridades universitárias polonesas afirmam que não podem permanecer indiferentes às "acusações falaciosas, calúnias e mentiras, recentemente dirigidas contra o nosso santo padroeiro".

"Ao observar a narrativa apresentada por alguns meios que transmitem opiniões expressas por comentaristas selecionados, é difícil não ver que são motivados principalmente por uma aversão sistêmica ou projetada contra a Igreja Católica. As teses subjetivas expressas por alguns círculos não se baseiam em fatos e conclusões objetivas, por exemplo, apresentadas no Relatório da Secretaria de Estado da Santa Sé sobre Theodore McCarrick", escrevem.

"As tentativas de responsabilizar São João Paulo II pela tragédia pessoal das vítimas de abusos sexuais cometidos pelo clero são insinuações e manipulações", destacam.

Uma seção do Relatório McCarrick assinala que João Paulo II pediu ao Núncio Apostólico nos Estados Unidos em 2000 que entrasse em contato com quatro bispos do estado de Nova Jersey para perguntar se McCarrick havia se comportado de forma inadequada com jovens adultos.

Os bispos disseram que McCarrick, então arcebispo de Newark, havia compartilhado sua cama com homens jovens, "mas não indicavam com certeza que McCarrick tinha se envolvido em más condutas sexuais".

McCarrick foi acusado em 2018 de ter abusado um menor. Após essa acusação, vieram outras alegações credíveis sobre décadas de abuso de menores, seminaristas e sacerdotes, pelos quais foi expulso do estado clerical em 2019.

O relatório conclui que três dos quatro bispos deram ao Vaticano "informações imprecisas e incompletas". "Provavelmente esta informação imprecisa parece ter impactado nas conclusões dos assessores de João Paulo II e, consequentemente, no próprio João Paulo II", indica o texto.

As autoridades da universidade católica onde São João Paulo II foi professor explicam que "o Papa da Polônia foi quem iniciou a luta contra os autores de atos contra a dignidade fundamental dos mais fracos e introduziu o princípio da 'tolerância zero para a pedofilia'".

"Já em 1993, João Paulo II indicou aos bispos norte-americanos que, no caso de crimes sexuais, as punições canônicas, incluindo a expulsão do sacerdócio, eram necessárias e plenamente justificadas. Acrescentou que devem enfatizar a importância dos danos e atos errados", continuou o comunicado.

"O Santo Padre, recordando as palavras de Jesus no Evangelho, indicou numa carta aos bispos norte-americanos que 'para quem semeia escândalo, seria melhor ter uma grande pedra de moinho pendurada no pescoço e afogar-se nas profundezas do mar'", destaca o texto da universidade.

As autoridades universitárias também lembraram que em 2002 o Papa São João Paulo II disse aos bispos dos Estados Unidos que os crimes sexuais cometidos por membros da Igreja são "um crime hediondo".

Após assinalar que o Papa também descreveu os abusos como algo "diabólico" quando se dirigiu aos bispos da Irlanda em 2001, as autoridades destacaram o ensinamento do Papa peregrino, que representa "o maior imperativo para exortar à proteção das crianças e adolescentes, ou seja, as pessoas mais expostas à exploração e às diversas formas de manipulação".

O reitor e os vice-reitores da Universidade Católica João Paulo II expressaram também sua solidariedade para com as vítimas de abuso sexual na Igreja e asseguraram suas orações.

"Inegavelmente, os perpetradores de abusos devem prestar contas de forma justa por suas ações, arrepender-se e pedir perdão por seus pecados vergonhosos. É preciso também elevar constantemente o nível de segurança de crianças e jovens em todos os ambientes", destacaram.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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