18 de novembro de 2024 Doar
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Futuro do Cristianismo corre perigo após o fim do conflito armado na Armênia

Foto referencial. Crédito: Unsplash | Viktoria Spokojna

A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre revela que após o acordo de paz entre a Armênia e o Azerbaijão sob a supervisão da Rússia, o futuro dos cristãos na região de Karabakh corre perigo, pois estão abandonando suas casas, igrejas e mosteiros.

Em 9 de novembro, um tratado de paz foi assinado para encerrar o conflito militar sobre a região de Nagorno Karabakh ou Artsaj (nome armênio). O fim do conflito armado é acompanhado pela cessão de territórios de parte da Armênia ao Azerbaijão e como parte do acordo, as forças de paz russas permanecerão no território por cinco anos, prorrogáveis ​​por mais cinco anos.

Em declarações à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) através do programa "Perseguidos mas não esquecidos", Lilian Grigorian, cardiologista de origem armênia e que mora na Espanha, disse que o acordo com a supervisão da Rússia representa uma profunda crise social e política e graves consequências para o futuro dos cristãos na região.

Grigorian explicou que o acordo resulta primeiro em uma "crise humanitária brutal", já que todos os armênios que habitam "os territórios que Nagorno Karabakh deve dar ao Azerbaijão", "estão abandonando suas casas" e estão chegando à Armênia como "refugiados" e "necessitados" de todo tipo de ajuda.

Na Armênia "há uma crise interna" e está "à beira de uma guerra civil" devido ao confronto entre o Executivo e a oposição. Além disso, "há uma crise brutal de saúde devido aos milhares de feridos pelos combates em Nagorno Karabakh" e agora devido à crise da pandemia COVID-19, que também provoca uma "crise econômica muito grave" para um país "que Já não tinha uma situação financeira muito boa".

Grigorian disse que esta crise terá "consequências lamentáveis" para o futuro do cristianismo na Armênia. Explicou que a fé cristã "é um sinal de identidade muito importante para o povo", mas é "uma das razões deste ódio étnico que sofremos por parte da população muçulmana azeri".

Explicou que, inclusive antes de que a cessão seja efetivada, estão ocorrendo "atos de vandalismo" como a "destruição de igrejas e cemitérios", que são "monumentos históricos com milhares de anos" no país. "Estão salvando o que se pode", disse.

Por isso, os cristãos, que são a maioria na região de Karabakh, estão deixando suas casas e, com isso, "milhares de igrejas e mosteiros" estão sendo abandonados.

Finalmente, Grigorian pediu à comunidade internacional que ajude a Armênia. Disse que a única maneira de salvar os armênios étnicos e alcançar "uma paz real e verdadeira" é que todos os países reconheçam seu direito à autodeterminação e à independência do território de Artsakh, como disse Alfred Maurice de Zayas, um alto funcionário da ONU, especialista em direito internacional e direitos humanos.

"Acho que agora temos que começar a corrigir os erros anteriores e conseguir a estabilização desse território. Precisamos do apoio da comunidade internacional e a Espanha como membro da União Europeia desempenha um papel fundamental", concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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