HONG KONG, Nov 25, 2020 / 10:30 am
Três ativistas pró-democracia em Hong Kong, incluindo a estudante universitária católica Agnes Chow, declararam-se culpados nesta segunda-feira por sua intervenção em uma "assembleia ilegal" em 2019 diante de uma delegacia de polícia.
Chow, de 23 anos, junto com Joshua Wong, de 24 anos, e Ivan Lam, de 26 anos, se confessaram culpados na segunda-feira. Os três foram presos em agosto de 2019 por um protesto em junho e foram presos novamente este ano.
Inicialmente, esperava-se apenas que Chow se declarasse culpada. O jornal South China Morning Post informou que Lam e Wong decidiram no "último minuto" mudar suas declarações de inocentes para culpados.
Wong disse que espera que suas sentenças na prisão sirvam para chamar a atenção para as ações do governo chinês, que impôs amplas restrições à liberdade de expressão em Hong Kong após a nova Lei de Segurança Nacional que entrou em vigor em julho.
Wong criticou a "contínua repressão aos cidadãos [de Hong Kong]", dizendo que isso significa que os jovens estão indo "dos protestos às prisões para salvaguardar a liberdade" em Hong Kong. "Nem as grades da prisão, nem as proibições eleitorais, nem qualquer outro poder arbitrário nos impedirão de fazer ativismo", disse.
Wong e Chow estão entre os cofundadores de um partido político pró-democracia agora extinto em Hong Kong. O partido deixou de funcionar após a promulgação da Lei de Segurança Nacional.
Esta regra surgiu para impedir as manifestações pró-democracia em Hong Kong. A administração da cidade apoiada por Pequim considerou o movimento pró-democracia uma atividade terrorista, e a nova legislação visa punir crimes como terrorismo e secessão.
Tanto Wong quanto Chow foram acusados "sedição" e impedidos de concorrer separadamente nas eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong.
Chow disse que estava "se sentindo incomodada" sobre a possibilidade de ser enviada à prisão pela primeira vez, e disse que a sentença significava que teria um "futuro incerto". "Mas espero que vocês não se esqueçam das muitas pessoas que fizeram sacrifícios maiores que os nossos", afirmou na segunda-feira.
O Cardeal Joseph Zen-ze kiun, Bispo Emérito de Hong Kong, criticou o silêncio do Vaticano sobre a situação dos direitos humanos nesta província e na China.
"Inclusive as pessoas de fora da Igreja dizem 'por que o seu Papa não diz nada sobre o que a China está fazendo?'".
"O Papa tem um poder espiritual e deve usá-lo para encorajar o governo a agir melhor, a mudar suas posições", disse o Cardeal em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Em outubro, a Santa Sé e a República Popular da China prorrogaram até 22 de outubro de 2022 o Acordo Provisório para a Nomeação de Bispos, aprovado em 22 de setembro de 2018 em Pequim.
A este respeito, o Cardeal considerou que "parece que [o Papa] acreditava que com este compromisso, esta situação, ele poderia obter qualquer coisa, mas os fatos mostram que não conseguiu nada".
Publicado originalmente em CNA.
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