Vilnius, Nov 27, 2020 / 13:30 pm
A Bielorrússia encontra-se em uma instabilidade política e social após as eleições de 9 de agosto, nas quais o presidente Aleksandr Lukashenk, que está no cargo desde 1994, foi reeleito. Ele fez algumas declarações recentemente defendendo a nacionalização a Igreja no país.
Os grupos de oposição denunciaram a manipulação das eleições e, desde então, ocorrem manifestações contra o presidente.
Nesse contexto, o governo de Lukashenko iniciou uma tendência autoritária que visa restringir ainda mais a liberdade dos cidadãos impedindo grupos de protestos. Nessa estratégia, também iniciou uma campanha contra as autoridades religiosas e, em particular, contra a Igreja Católica no país.
Na verdade, o presidente Lukashenko já defendeu a nacionalização da Igreja no país. Além disso, o Arcebispo de Minsk e Presidente dos Bispos da Bielorrússia, Dom Tadeusz Kondrusiewicz, ainda se encontra no exílio sem possibilidade de retornar ao país, após ter sido bloqueado em 31 de agosto quando tentou cruzar a fronteira após ter viajado à Polônia para participar em uma festa mariana.
Como se isso não bastasse, seu auxiliar, Dom Yury Kasabutsky, também foi repreendido pelo governo com a acusação de ter estigmatizado algumas das prisões contra os manifestantes.
No dia 21 de novembro, Dom Kondrusiewicz viajou a Vilnius, Lituânia, onde celebrou a Missa para a comunidade bielorrussa por ocasião da festa da Mãe da Divina Misericórdia. Foi a segunda vez que ele pôde celebrar em sua própria língua desde o início do exílio.
Antes de iniciar a Missa, o Arcebispo de Minsk assinalou que a Bielorrússia "atravessa uma crise sócio-política invisível há três meses e não tem fim à vista, o que poderia levar a uma guerra civil".
Por isso, pediu aos fiéis que rezem pela Bielorrússia, recordando que "sabemos que uma sociedade dividida será destruída, como assinalou Jesus Cristo. Queremos que a nossa pátria esteja viva e que seja feliz".
Dom Kondrusiewicz também reforçou que a Igreja é "contra a violência, contra a mentira, a injustiça. Condenamos tudo isso". Ao mesmo tempo, sublinhou que a Igreja "também é capaz de perdoar aqueles que fazem mal. Não é fácil, mas devemos ter a cruz de Jesus Cristo diante dos nossos olhos".
Por fim, afirmou que o amor a Deus e ao próximo são "a maior graça para a nossa sociedade".
Por outro lado, em uma mensagem divulgada na última quinta-feira, 25 de novembro, os bispos bielorrussos pediram "uma solução pacífica" para a crise.
"A violência não cessa, o sangue continua sendo derramado, a sociedade continua dividida. Isso não prevê um futuro feliz", lamentaram os prelados.
Recordaram que "a Igreja Católica, guiada pelo Evangelho e pela doutrina social construída sobre ele, se opõe e condena a violência, a anarquia, a injustiça e a falsidade".
Da mesma forma, assinalam que "a Igreja pede uma solução pacífica para os problemas, através do diálogo em um espírito de amor a Deus e ao próximo, no cumprimento da lei de Deus e da lei humana".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.
Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!
Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.
Doar