10 de dezembro de 2024 Doar
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Artistas renovam imagens católicas em meio a uma onda de ataques

Estátua de Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora do Carmo e uma representação da décima segunda estação da Via-Sacra restaurada por Sheila Lehman. Créditos: Sheila Lehman

Em meio a uma onda de ataques à Igreja nos Estados Unidos, os artistas do país renovam a majestosidade das imagens católicas e devolvem a beleza a essas imagens que tocam os corações dos fiéis.

A Igreja Católica de St. Michael em Rochester, Nova York, fica em uma cidade que precisa da presença da Igreja. Sobre o altar se encontram as imagens que foram renovadas pela artista local Arlene Miller.

Em uma entrevista ao National Catholic Register, Miller indicou que realiza este trabalho há 18 anos e assinalou que se envolveu nele por acidente quando um grupo de sua igreja comprou umas estátuas e pediu para ela restaurá-las.

A artista destacou que a sua vocação é repintar e reformar estátuas católicas em uma época em que coisas quebradas, e muitas vezes pessoas quebradas, são jogadas fora.

Além disso, frisou que sua obra-prima é o presépio da Igreja de St. Michael, que ela própria limpou, restaurou com argila e pintou até capturar a luz da noite de Natal, e agora em cada missa de véspera de Natal, são colocados no altar.

Miller indicou que atualmente as pessoas trazem suas estátuas para que ela lhes dê uma nova vida, porque têm um significado especial para os donos e, acima de tudo, atraem uma pessoa de volta à presença de Deus.

Elas mantêm as pessoas alertas e "são uma lembrança: 'Ah, sim, Deus, devo rezar-lhe hoje'", enfatizou.

Como Miller, Sheila Lehman, uma pintora e decoradora de interiores em Arcádia, Califórnia, descobriu sua vocação na restauração quando terminou de trabalhar em uma estátua de madeira e pensou "poderia fazer isso para sempre".

Lehman se aproximou às igrejas paroquiais do sul da Califórnia e se encontrou com um negócio estável, ao qual chamou "Paint Changes Everything".

A decoradora indicou que seu trabalho mais desafiador foi a décima segunda estação da Via-Sacra da década de 1920 que caiu no chão quando o fio que a prendia à parede da igreja soltou.

"Provavelmente ainda hoje é a peça mais difícil que já fiz", assinalou.

Lehman ressaltou que um dos presentes de seu trabalho de restauração é estar cercada por belas estátuas enquanto trabalha em seu estúdio, observando que as pessoas adoram quando veem a imagem em sua beleza original.

"Fico profundamente feliz por fazer com que algo seja belo novamente", acrescentou.

Quando era uma menina, no oeste da Pensilvânia, a artista Mary Birkos sentava-se no banco de uma igreja católica e apreciava a beleza da luz e das cores encontradas no templo.

"Era pobre e costumava sentar-me na igreja e ver todas as belas obras de arte", indicou.

Apesar das dificuldades de sua família para pagar pelos materiais de pintura quando era pequena, Birkos encontrou uma maneira de desenvolver sua paixão ao perguntar às religiosas da escola católica se precisavam de ajuda e, em troca, elas lhe davam tintas, pincéis e materiais.

A artista trabalhou pintando, decorando igrejas em toda a Pensilvânia por 50 anos, e agora, com quase 60 anos, ela continua restaurando estátuas.

Embora a remuneração do seu trabalho não seja elevada, Birkos sublinhou que "estou sempre fazendo algo que amo" e acrescentou que a forma correta de trabalhar uma estátua é a mesma que com uma pintura.

"O encontro pessoal com a beleza neste trabalho é uma experiência espiritual em si mesma", disse.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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