21 de novembro de 2024 Doar
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Nancy Pelosi ataca pró-vidas católicos e evangélicos nos EUA por causa do aborto

Nancy Pelosi. Crédito: Gage Skidmore (CC BY-SA 2.0)

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, atacou os pró-vidas no país por sua oposição ao aborto e disse que "estavam dispostos a jogar toda a democracia por água abaixo só por causa deste tema".

Em um episódio de 18 de janeiro do podcast "You and Me Both with Hillary Clinton" (Você e eu com Hillary Clinton), Pelosi disse que os pró-vidas foram "culpados" pela eleição de Trump. "Acredito que Donald Trump só é presidente por conta de suas posturas contrárias ao direito de a mulher decidir", ou seja, devido às suas fortes posturas pró-vida.

A congressista afirmou que os norte-americanos estavam dispostos a "jogar toda a democracia por água abaixo" apenas por causa do apoio de Biden ao tema dos direitos reprodutivos. Do mesmo modo, destacou que o apoio de eleitores pró-vidas e religiosos a Trump era um tema que "como católica, me dava muita pena".

Quando Hillary Clinton concorreu com Trump em 2016, a plataforma do Partido Democrata se destacou por sua postura extrema em relação ao aborto. Isso incluía, pela primeira vez, um apelo para rejeitar a Emenda Hyde que evita o uso de impostos para pagar abortos. Essa política foi apoiada por ambos partidos durante 50 anos.

No podcast de 18 de janeiro, a presidente da Câmara disse que quando Trump elaborou uma lista de juízes que nomearia como presidente, foi como um chamariz "para os evangélicos, católicos e todos os demais: uma mulher não terá o direito de escolher".

Os bispos dos Estados Unidos assinalaram que, embora o fim da pobreza e a pena de morte não possam ser ignorados, o fim do aborto continua sendo uma "prioridade proeminente" para eles, "porque ocorre no santuário da família e pelo número de vidas que são destruídas".

Clinton disse que uma das "terríveis ironias" da postura pró-vida foi o declínio na taxa de aborto durante o mandato de presidentes democratas. A ex-senadora disse que "com a contracepção adequada, a educação e as conversas livres de estigmas, os números podem continuar caindo".

"Portanto, o que é incrivelmente triste é que aqueles que, na minha opinião e experiência, não veem este assunto como uma prioridade, tenham usado essas questões e preocupações legítimas, e sim, a compreensão da fé, para obter e usar o poder", continuou Clinton.

Pelosi comentou depois que aqueles que "se recusam a interromper a gravidez" devem "amar a contracepção" e que aqueles que se opõem a isso são hipócritas porque eles mesmos não têm famílias numerosas.

"Muitas dessas pessoas não têm 13 filhos. E como alguém que teve cinco filhos quase exatamente em seis anos, disse aos meus colegas que quando tenham cinco filhos em seis anos podem vir falar comigo como católicos", indicou Pelosi.

Embora Clinton esteja correta sobre a queda na taxa de aborto na década de 1990, não disse nada sobre o fato de que, nos Estados Unidos, as taxas de aborto atingiram o pico no início da década de 1980 e têm diminuído continuamente desde então, independentemente do partido político que esteve na presidência.

Em 2011, a taxa de aborto no país estava abaixo da taxa de 1973, ano de Roe vs. Wade que legalizou a prática no país.

E embora Clinton e Pelosi atribuíssem o declínio na taxa de aborto ao uso de anticoncepcionais, o Instituto Guttmacher revelou que as taxas de aborto nos Estados Unidos começaram a cair mais acentuadamente desde 2008, muito antes da promulgação do mandato contraceptivo da lei de cuidado da saúde.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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