BERLIM, Mar 2, 2021 / 12:00 pm
O presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Georg Bätzing, disse em uma coletiva de imprensa, em 25 de fevereiro, que continuará dando a Comunhão aos protestantes que a pedirem.
O Prelado afirmou também que é necessário respeitar "a decisão pessoal em consciência" daqueles que buscam receber a Eucaristia.
A proposta de dar a Comunhão aos Protestantes foi feita pelo Grupo de Estudo Ecumênico de Teólogos Protestantes e Católicos (ÖAK, na sigla em alemão), em um documento intitulado "Juntos à Mesa do Senhor". O OAK redigiu o texto quando era presidido por Dom Bätzing e pelo pastor luterano aposentado Martin Hein.
Ao lhe ser perguntado como responderia se um protestante lhe pedisse para receber a Eucaristia, o Prelado disse aos jornalistas que "não tenho problemas com isso e me vejo alinhado com os documentos papais".
O também Bispo de Limburg disse que isso já é uma "prática" na Alemanha "todos os domingos" e que os sacerdotes de sua diocese não sofrerão consequências negativas se lhe informarem sobre um caso desses.
"Eu não nego a Santa Comunhão a um protestante que a pedir", afirmou.
O OAK foi estabelecido em 1946 para fortalecer os laços ecumênicos. É independente da Conferência Episcopal Alemã e da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD), uma organização que agrupa 20 denominações protestantes. O OAK informa ambas as instituições de suas deliberações.
O texto do OAK gerou preocupação no Vaticano, levando a uma intervenção da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), em setembro de 2020.
Em uma carta de quatro páginas enviada a Dom Bätzing, a CDF lembrou as diferenças entre católicos e protestantes sobre a Eucaristia e assinalou que o texto do OAK "não pode servir como um guia para uma decisão individual de se aproximar da Comunhão".
No entanto, após a intervenção do Vaticano, Dom Bätzing reafirmou a sua posição de que a comunhão deveria ser possível para os protestantes.
O Cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, também criticou o texto alemão.
Na coletiva de imprensa de 25 de fevereiro, Dom Bätzing expressou sua esperança no "processo sinodal" da Igreja na Alemanha, no qual leigos e bispos debatem quatro temas principais: poder na Igreja, moral sexual, sacerdócio e papel da mulher.
O Bispo fez essas declarações no final da assembleia plenária da primavera, na qual o episcopado alemão elegeu a teóloga Beate Gilles como primeira secretária-geral da Conferência Episcopal.
Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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