29 de novembro de 2024 Doar
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Restrições a missas em São Pedro deveriam ser revogadas, diz Cardeal Burke

Cardeal Raymond Leo Burke. | Lucía Ballester/ ACI Prensa

O Cardeal Raymond Burke expressou sua "mais profunda preocupação" em relação a uma carta interna do Vaticano sobre novas regras para missas celebradas nas Basílica de São Pedro. Para o cardeal, as ordens dadas na carta são uma "violação direta da lei universal da Igreja" e deveriam ser "imediatamente revogadas."

A carta da Secretaria de Estado do Vaticano suprimiu, a partir do dia 22 de março, as celebrações individuais que todos os dias ocorrem nos altares laterais da Basílica e confinou a celebração da missa na Forma Extraordinária a uma capela na subterrâneo da Basílica. As missas nas capelas laterais são rezadas especialmente por padres que trabalham no Vaticano e não têm paróquias, assim como por padres que estão visitando a basílica ou acompanhando peregrinos. Isso faz com que fiéis que estejam na Basílica possam participar das missas em suas línguas.

Agora, os padres terão que escolher um dos horários de missa concelebrada. Essas concelebrações terão que contar com leitor a cantores e serão em italiano, com exceção de uma, às 17hs, em latim.  

O conteúdo da carta, do dia 12 de março, não foi formalmente anunciado, ela não tem número de protocolo, que é a prática usual, nem está assinada, tem apenas as iniciais do vice-secretário de Estado, Arcebispo Edgar Peña Parra. Edward Pentin, correspondente no Vaticano do National Catholic Register, relata a opinião do Cardeal Burke de que, dadas essas deficiências, o documento não pode representar "legislação válida para a Sagrada Liturgia."

Para o Cardeal Burke, o mais sério elemento da carta é a imposição da concelebração aos padres que querem rezar Missa na basílica. A carta, escreveu o Cardeal em uma declaração a ser publicada em seu website, é "contrária à lei universal da Igreja" pois "condiciona injustamente o dever primário do sacerdote individual de oferecer diariamente a Santa Missa pela salvação do mundo".

"Em que outra igreja, mais do que na Basílica de São Pedro, um padre desejaria oferecer a Santa Missa, que é a mais perfeita e completa maneira pela qual ele exerce sua missão sacerdotal?" pergunta o cardeal. "Se um padre quiser rezar a Santa Missa na basílica, uma vez que as diretrizes estiverem em vigor, ele será forçado a concelebrar, o que representa uma violação à sua liberdade de oferecer a Santa Missa individualmente." O Cardeal acrescenta que celebrar missa individualmente não apenas é um direito do padre, mas "produz grande fruto espiritual para toda a Igreja."

Em relação às regras sobre a Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano, que ele observa que a carta "chama erroneamente de Rito Extraordinário", o Cardeal Burke ressalta que, segundo o motu próprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI, nenhum padre precisa de autorização para celebrar na forma extraordinária.

Restringir a missa na Forma Extraordinária às grutas do Vaticano também é um retorno a uma prática anterior que existia antes do Summorum Pontificum.

A carta ainda fala que as missas concelebradas deem ser "animadas liturgicamente" por leitores e cantores. "Não é o propósito deles animar a Sagrada Liturgia", criticou o Cardeal Burke. "Cristo sozinho, na pessoa de quem o padre age", é quem "anima a Sagrada Liturgia."

Em vista disso, o Cardeal pensa que a carta "deveria ser revogada imediatamente", que "o pensamento que lhe serve de base deve ser corrigido" e que a doutrina e a disciplina litúrgicas subjacentes devem ser "expostas aos fiéis."

 

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