21 de novembro de 2024 Doar
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Palácio Lateranense será aberto ao público como museu

O Palácio Lateranense ao lado da Basílica de São João de Latrão. | ACI Prensa

O histórico Palácio Lateranense transformará parte de suas instalações em museu aberto ao público, depois que o Papa Francisco instruiu por carta ao Pontifício Vigário da Diocese de Roma, Cardeal Angelo de Donatis, a realizar "atividades museológicas e culturais" em suas instalações.

Embora a decisão de abrir as portas do Palácio Lateranense já tenha sido tomada, ainda não há uma data específica para a inauguração. Além disso, neste momento, devido à pandemia de coronavírus, todos os museus na Itália permanecem fechados.

Também os Museus do Vaticano, dos quais o Palácio Lateranense não faz parte, fecharam suas portas na segunda-feira, 15 de março, pela terceira vez desde o início da pandemia.

O Palácio Lateranense, também conhecido como Patriarchio Lateranense, está ligado à Pontifícia Basílica de São João de Latrão, a Catedral de Roma, e atualmente abriga os escritórios da Diocese de Roma, da qual o Papa é Bispo titular.

O Palácio, assim como a Basílica, tem sua origem no século IV após a promulgação do Édito de Milão por parte do Imperador Constantino, que concedeu liberdade de culto aos cristãos do Império Romano.

O templo e o palácio foram construídos em terrenos doados pelo imperador. O Palácio foi a principal residência dos Papas até o século XIV, quando os Papas, a partir de Clemente V, se mudaram para a cidade francesa de Avignon.

Com o retorno dos Papas a Roma, por decisão de Gregório XI, 77 anos depois, a nova residência dos Pontífices foi estabelecida no Vaticano, junto à Basílica de São Pedro, onde foi construído o atual Palácio Apostólico.

Danificado por vários incêndios, o Palácio Lateranense ficou praticamente abandonado até a sua reconstrução completa no século XVI para servir como residência secundária do Pontífice junto com o Palácio do Quirinale (atualmente sede da Presidência da República Italiana).

O Palácio Lateranense foi cenário dos Pactos de Latrão, em 1929, entre o Papado e a Itália em virtude do qual foi constituído o Estado da Cidade do Vaticano. O Palácio lateranense, assim como o Palácio de Castel Gandolfo, a Basílica de São João de Latrão, a Basílica de Santa Maria Maior e a Basílica de São Paulo Extramuros, entre outros edifícios em Roma, tornaram-se territórios extraterritoriais de soberania vaticana.

Na carta enviada pelo Papa Francisco ao Cardeal De Donatis, no dia 20 de fevereiro, o Pontífice justifica a decisão de abrir parte do Palácio lateranense aos visitantes "na natureza que o curso e os acontecimentos da história atribuem a esse complexo, juntamente com as disposições do Tratado de Latrão".

O Santo Padre confia ao Vigário da Diocese de Roma "a tarefa de realizar, no complexo do que foi conhecido durante séculos como Patriarchio Lateranense, as atividades museológicas e culturais nas mais diversas formas e conteúdos, dando a disposição que seja necessária, apoiando-se com segurança nas nobres tradições artísticas apreciadas pela Igreja católica".

O Papa recorda na carta que "a Igreja, ao longo dos séculos, sempre trabalhou para promover o que é fruto do gênio e da maestria dos artistas, muitas vezes testemunho de experiências de fé e como instrumentos para dar honra a Deus".

"Isso não só por amor à arte, mas também para salvaguardar o patrimônio cultural diante dos desafios e perigos que o teriam privado de sua função e valor", explica.

Essa promoção da arte, "acompanhada de um pedido atento no momento de considerar os lugares, edifícios e obras como expressões do espírito humano e parte integrante da cultura da humanidade, permitiu aos meus predecessores transmiti-los às diferentes gerações e agir para conservá-los e disponibilizá-los aos visitantes e acadêmicos".

É uma tarefa "que também hoje é responsabilidade do Bispo de Roma para que se desfrute da beleza e da importância dos bens e do patrimônio artístico confiados a sua proteção".

O Palácio Lateranense junta-se, assim, aos edifícios pontifícios abertos às visitas do público após a inauguração, em 22 de outubro de 2016, do Palácio de Castel Gandolfo, que até o Papa Bento XVI era a residência de verão dos Pontífices.

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