24 de novembro de 2024 Doar
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Católicos e protestantes alemães avançam na intercomunhão apesar do Vaticano

Thomas Sternberg, presidente do Comitê Central de Católicos Alemães (ZdK), durante conferência sobre o “Caminho Sinodal” | Rudolf Gehrig/CNA Deutsch

Católicos e protestantes na Alemanha anunciaram nesta semana que vão seguir em frente com um projeto de intercomunhão em um evento em maio, apesar das objeções do Vaticano.

Num anúncio para a imprensa de 16 de março, os organizadores do Terceiro Congresso Ecumênico da Igreja (ÖKT na sigla em alemão) em Frankfurt disseram que planejam convidar Cristãos a participar de celebrações "em muitas igrejas" da cidade e do país no dia 15 de maio.

"Cristãos de todas as denominações têm a oportunidade nessa tarde de vir e entrar, de conhecer diferentes tradições e, seguindo sua própria consciência, celebrar a memória viva de Jesus Cristo", diz o anúncio, segundo CNA Deustch, o meio de língua alemã do Grupo ACI.

"O sinal deve partir de Frankfurt para continuar a busca de um estar junto ecumênico, na vida do dia-a-dia e na mútua visita de congregações."

O comunicado à imprensa citou Thomas Sternberg, presidente do influente Comitê Central de Católicos Alemães (ZdK na sigla em alemão) dizendo que qualquer Cristão batizado poderia tomar uma "decisão de consciência" de participar das celebrações, com base na declaração "Testemunhas em Comum" adotada em 2020 pela liderança da ÖKT.

"As portas estão abertas", disse Stenrberg, que é também co-presidente do controvertido "Caminho Sinodal" da Igreja alemã, junto com o presidente da Conferência dos Bispos Católicos Alemães, Dom Georg Bätzing, de Limburgo.

O evento já fez soar o alarme na Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) no Vaticano, que se opôs a uma proposta de uma "refeição Eucarística" partilhada entre Católicos e Protestantes em setembro último.

A proposta for a feita pelo Grupo de Estudo Ecumênico de Teólogos Católicos e Protestantes (ÖAK na sigla em alemão) num documento chamado "Juntos à Mesa do Senhor", publicado em 2019.

Numa carta de quatro páginas a Bätzing, a CDF enfatizou que diferenças significativas no entendimento da Eucaristia e do ministério permanecem entre Protestantes e Católicos.

"As diferenças doutrinais ainda são tão importantes que no momento impedem participação recíproca na Ceia do Senhor e na Eucaristia", disse a congregação.

A CDF acautelou contra quaisquer passos na direção da intercomunhão entre Católicos e membros da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD na sigla em alemão), organização que representa 20 grupos Protestantes.

O Cardeal Kurt Koch, Prefeito do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, também já manifestou sérias objeções à proposta da "refeição Eucarística" comum.

No começo deste mês, Bätzing escreveu aos padres da diocese de Limburgo, que inclui a cidade de Frankfurt, onde ocorrerá a ÖKT entre 13 e 16 de maio. Em sua carta, Bätzing disse aos padres que podiam dar a Santa Comunhão a não-católicos se eles pedissem e depois de examinar suas consciências. Na carta ele diz, no entanto, que não pode haver "recepção interdenominacional geral da Eucaristia," nem "novas formas de Eucaristia".

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