Vaticano, Mar 24, 2021 / 08:09 am
Na audiência geral desta quarta-feira, realizada exatamente um ano após o Papa Francisco, sozinho e debaixo de chuva, ter rezado diante do crucifixo da igreja de São Marcelo e do ícone da Virgem protetora da Cidade Eterna, a Salus Populus Romanus, trazidos especialmente à Praça de São Pedro para este momento histórico de oração, o Santo Padre recordou que Nossa Senhora esteve e está presente conosco nesta pandemia.
Falando ainda da oração cristã, tema de suas últimas catequeses das quartas-feiras, o Papa ensinou: "Sabemos que a via mestra da oração cristã é a humanidade de Jesus. Com efeito, a confiança típica da oração cristã não teria sentido se o Verbo não se tivesse encarnado, doando-nos no Espírito a sua relação filial com o Pai. Ouvimos na Escritura sobre o encontro dos discípulos, as mulheres pias e Maria rezando, depois da ascensão de Jesus, a primeira comunidade cristã que esperava o dom de Jesus, a promessa de Jesus", disse o Pontífice, acrescentando:
"Da mediação única de Cristo adquirem significado e valor as outras referências que o cristão encontra para a sua oração e devoção, em primeiro lugar à Virgem Maria, a mãe de Jesus", disse ainda o Pontífice.
"Ela ocupa um lugar privilegiado na vida e, portanto, também na oração do cristão, porque é a Mãe de Jesus. As Igrejas do Oriente representaram-na frequentemente como a Odigitria, aquela que "indica o caminho", ou seja, o Filho Jesus Cristo", frisou.
A seguir, o Papa se lembrou de uma "pintura antiga da Odigitria na Catedral de Bari. Simples. Nossa Senhora que mostra Jesus, nu. Depois colocaram nele uma roupa para cobrir a nudez, mas a verdade é que Jesus nu, ele mesmo homem que nasceu de Maria é o mediador e ela mostra o mediador. É a Odigitria". "Na iconografia cristã a sua presença está em toda a parte, às vezes até com grande destaque, mas sempre em relação ao Filho e em função d'Ele. As suas mãos, o seu olhar, a sua atitude são um "catecismo" vivo e indicam sempre o âmago, o centro: Jesus".
"Maria está totalmente voltada para Ele a ponto que podemos dizer que é mais discípula do que mãe. Aquela indicação nas Bodas de Caná. Ela sempre mostra Cristo. É a primeira discípula", destacou.
O Papa Francisco recorda ainda que "este é o papel que Maria desempenhou ao longo de toda a sua vida terrena e que conserva para sempre: ser a humilde serva do Senhor".
"Numa certa altura, nos Evangelhos, Ela parece quase desaparecer; mas volta nos momentos cruciais, como em Caná, quando o Filho, graças à sua intervenção solícita, fez o primeiro "sinal", e depois no Gólgota, ao pé da Cruz".
"Jesus estendeu a maternidade de Maria a toda a Igreja quando lhe confiou o discípulo amado, pouco antes de morrer na cruz. A partir daquele momento, fomos todos colocados debaixo do seu manto, como vemos em certos afrescos ou quadros medievais."
Como dizem os Evangelhos, Maria é a "cheia de graça", "bendita sois vós entre as mulheres". Depois, à oração da Ave-Maria foi acrescentado o título "Theotokos", "Mãe de Deus", sancionado pelo Concílio de Éfeso.
"Maria está sempre presente à cabeceira dos seus filhos que deixam este mundo. Se alguém se encontra sozinho e abandonado, Ela está ali perto, tal como estava próxima do seu Filho quando todos o tinham abandonado", disse ainda o Papa, acrescentando:
"Maria estava e está presente durante os dias da pandemia, perto das pessoas que infelizmente concluíram o seu caminho terreno numa condição de isolamento, sem o conforto da proximidade dos seus entes queridos. Maria está sempre ali, com a sua ternura maternal.
"As orações a Ela dirigidas não são vãs. Mulher do "sim", que aceitou prontamente o convite do Anjo, responde também às nossas súplicas, ouve as nossas vozes, até aquelas que permanecem fechadas no coração, que não têm a força para sair mas que Deus conhece melhor do que nós.
O Santo Padre concluiu o encontro, transmitido por Vatican News desde a biblioteca do Palácio Apostólico, saudando os peregrinos em diversas línguas, incluindo o português:
"Saúdo os ouvintes de língua portuguesa e convido, nas vésperas da solenidade da Anunciação, a dirigir-vos com confiança à Virgem Mãe. Mulher do «sim», que acolheu com prontidão o convite do Anjo, responde de igual forma às nossas súplicas. Como e mais do que toda a boa mãe, Maria protege-nos nos perigos. Lá, está Ela a rezar por nós, a rezar por quem não reza. Porque é a nossa Mãe".
Confira:
As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.
Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!
Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.
Doar