25 de novembro de 2024 Doar
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Mais de 200 teólogos alemães criticam veto a bênção de uniões homossexuais

Foto referencial. Crédito: Pixabay

Mais de 200 teólogos de língua alemã assinaram uma declaração rejeitando a proibição do Vaticano de abençoar uniões homossexuais.

A declaração foi redigida na Universidade de Münster e descreve o esclarecimento da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) como carente de "profundidade teológica, compreensão hermenêutica e rigor explicativo".

"Se as descobertas científicas são ignoradas e não são acolhidas, como é o caso do documento (do Vaticano), o Magistério mina sua própria autoridade", afirmam os teólogos, segundo informa a CNA Deutsch, agência em alemão do Grupo ACI.

Para os signatários, "o texto está caracterizado por um gesto paternalista de superioridade e discrimina os homossexuais e seus planos de vida".

Em 15 de março, a CDF publicou um responsum (resposta, em latim), a um dubium (dúvida, em latim) que perguntava: "A Igreja dispõe do poder de abençoar as uniões de pessoas do mesmo sexo?" A congregação do Vaticano respondeu negativamente. Além disso, declarou "ilícita toda forma de bênção que tenda a reconhecer" tais uniões.

A resposta foi aprovada pelo Papa Francisco e assinada pelo prefeito da CDF, Cardeal Luis Ladaria; e pelo secretário, o Arcebispo Giacomo Morandi.

O documento suscitou fortes reações nos países de língua alemã, onde vários bispos expressaram publicamente seu apoio à bênção das uniões de pessoas do mesmo sexo.

Um deles é Dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, que em 15 de março disse que o esclarecimento da CDF reflete "o estado do ensino da Igreja expresso em vários documentos de Roma".

"Na Alemanha e em outras partes da Igreja mundial, já há algum tempo existem discussões em andamento sobre a forma como tal ensinamento e o desenvolvimento doutrinário em geral podem ser avançados com argumentos viáveis com base em verdades fundamentais da fé e da moral, com uma reflexão teológica progressiva, e também aberta aos resultados mais recentes das ciências humanas e das situações de vida das pessoas de hoje. Não há respostas fáceis para perguntas desse tipo", disse o Bispo.

Alguns sacerdotes católicos disseram nas redes sociais que continuarão abençoando as uniões gays. No entanto, alguns bispos alemães acolheram bem o esclarecimento do Vaticano, como Dom Rudolf Voderholzer, Bispo de Ratisbona; e Dom Stefan Oster, Bispo de Passau.

Em sua declaração, os mais de 200 teólogos de língua alemã distanciam-se "firmemente" do esclarecimento da CDF.

"Em contraste, assumimos que a vida e o amor dos casais do mesmo sexo não são menos valiosos diante de Deus que a vida e o amor de qualquer outro casal", disseram.

"Em muitas congregações, padres, diáconos e outros ministros pastorais reconhecem os gays, oferecendo celebrações de bênção para casais do mesmo sexo e refletindo sobre as formas litúrgicas adequadas para tais celebrações. Acolhemos estas práticas de afirmação".

Em sua nota de esclarecimento, a CDF indicou que "a comunidade cristã e os Pastores são chamados a acolher com respeito e delicadeza as pessoas com inclinação homossexual, sabendo encontrar as modalidades mais adequadas, coerentes com o ensinamento eclesial, para anunciar a elas a totalidade do Evangelho".

"Tais pessoas, ao mesmo tempo, reconheçam a sincera proximidade da Igreja – que reza por elas, as acompanha, compartilha o seu caminho de fé cristã – e acolham com disponibilidade os seus ensinamentos", destaca.

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