23 de novembro de 2024 Doar
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Cardeal Schönborn “descontente” com veto de bênção a uniões gay

Cardeal Schönborn no lançamento de 'Amoris laetitia' no Vaticano em 2016 | Daniel Ibáñez/CNA

O cardeal Christoph Schönborn declarou que "não estava feliz com a explicação da Congregação da Doutrina da Fé" (CDF) que negou a possibilidade de a Igreja abençoar a união de duas pessoas do mesmo sexo. Para Schönborn, o primeiro cardeal da Igreja a criticar a decisão do Vaticano em um meio de comunicação de massa, a mensagem relatada pelo dicastério era "simplesmente não". O Cardeal declarou que, sob certas circunstâncias, ele abençoaria uniões de pessoas do mesmo sexo.

 

A CDF declarou em 15 de março que a Igreja não tem o poder de abençoar uniões do mesmo sexo, a resposta constava de uma ampla explicação por parte do Prefeito da Congregação, Cardeal Luis Ladaria Ferrer, S.J.

 

Falando ao jornal diocesano de Vienna "Der Sonntag", em uma entrevista publicada em 24 de março, o arcebispo comparou a Igreja a uma mãe, dizendo: "uma mãe não se recusará a abençoar" seus filhos, "mesmo quando seu filho ou sua filha está passando por um problema na vida".

 

Reconhecendo que a nota explicativa do CDF havia esclarecido que não poderia haver bênção das uniões homossexuais na Igreja por várias razões, incluindo o fato de que tais uniões não são o mesmo que um casal de esposos, seja no nível sacramental ou natural, o Cardeal Schönborn, no entanto, confirmou que "não recusaria" dar a bênção a uniões do mesmo sexo.

 

"Se o pedido de bênção não é um espetáculo, ou seja, não apenas uma espécie de culminação de um ritual externo, se o pedido de bênção for sincero, é realmente o pedido de bênção de Deus para um caminho de vida que duas pessoas, em qualquer situação, estão tentando trilhar, então não será negada essa bênção", afirmou.

 

"Mesmo que, como padre ou bispo, eu tenha que dizer: 'Você não percebeu o ideal completo. Mas é importante que você viva seu caminho com base nas virtudes humanas, sem as quais não há parceria bem sucedida.' E isso merece uma bênção. Se a forma certa de expressão para isso é uma cerimônia de bênção litúrgica - isso é algo a ser pensado com cuidado", acrescentou.

 

Alguns outros bispos austríacos também se pronunciaram sobre o responsum.

 

O bispo Hermann Glettler de Innsbruck disse à emissora estatal australiana ORF que na sua opinião não se nega a bênção às pessoas que expressamente pedem uma bênção e querem trilhar seu caminho de vida "com a Igreja".

 

O Bispo de Innsbruck, assim como o Cardeal Schönborn, disse ter ficado "desapontado" com a responsabilidade de Roma porque achava que restringia o escopo do ministério pastoral dos sacerdotes e bispos.

 

Além disso, ele disse à TV austríaca que a Igreja precisava de um "processo de aprendizagem" quando se tratava de "avaliar a homossexualidade vivida em princípio". A Igreja deveria "levar as descobertas científicas humanas muito mais a sério", relatou a agência austríaca "kathpress".

 

Ao mesmo tempo, o bispo Glettler enfatizou que a preocupação essencial do esclarecimento magistral de Roma era também deixar claro a diferença entre um casamento eclesiástico e uma bênção. Aqui não deve haver confusão. Mas esse esclarecimento também poderia ter sido menos "estressante", sustentou.

 

A CDF emitiu um "Responsum ad dubium" no último 15 de março respondendo à seguinte pergunta: "a Igreja tem o poder de dar a bênção às uniões de pessoas do mesmo sexo?" A congregação doutrinária respondeu: "Negativo", explicando seu raciocínio em uma "nota explicativa" e acompanhando comentários.

O texto afirma que o Papa Francisco tomou conhecimento dele e autorizou sua publicação.

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