22 de dezembro de 2024 Doar
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Bispos da Indonésia repudiam atentado a catedral

Arcebispo de Jacarta, Cardeal Suharyo Hardjoatmodjo. Crédito: Daniel Ibáñez | ACI Prensa

Os bispos católicos da Indonésia criticaram veementemente o ataque à Catedral do Sagrado Coração de Jesus, na ilha de Sulawesi, cometido por dois homens-bomba que deixaram ao menos 19 feridos no Domingo de Ramos.

A polícia local acredita que os dois agressores faziam parte de um grupo muçulmano afiliado ao Estado Islâmico, chamado Jamaah Ansharut Daulah (JAD).

O Arcebispo de Jacarta, Cardeal Suharyo Hardjoatmodjo, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI, que os feridos estão hospitalizados e se recuperando.

O Cardeal disse na segunda-feira, 29 de março, que o atentado no início da Semana Santa "atingiu todos nós na Indonésia, não apenas os católicos", e destacou que "os líderes de todas as comunidades religiosas condenaram a violência brutal".

"Depois do ataque suicida, o governo garantiu a nós católicos e cristãos em geral que os serviços religiosos da Semana Santa poderão ser realizados conforme o previsto, com uma garantia de segurança do Governo", disse o Cardeal Suharyo.

"Todos rezamos para que possamos celebrar a Semana Santa em paz e que todos os indonésios, não apenas os católicos, experimentem a paz que Jesus Cristo nos traz".

A Comissão de Assuntos Ecumênicos e Inter-religiosos da Conferência Episcopal da Indonésia emitiu uma declaração assinada por Dom Yohanes Harun Yuwono, Bispo de Tanjungkarang.

"O ataque suicida não preocupa apenas os católicos, mas toda a nação e o estado da Indonésia", afirmou o Bispo no comunicado publicado pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

"Condenamos veementemente o ataque suicida que desonra a dignidade humana, destrói os valores da humanidade e aumenta a longa lista de incidentes terroristas na nação que amamos."

Na Indonésia está a sede do movimento Nahdlatul Ulama, a maior organização islâmica independente que busca criar uma estrutura para um "Islã humanitário" que rejeita os conceitos de califado, da sharia (a lei religiosa muçulmana usada como lei civil) e "kafir" que significa "infiéis", como muitos muçulmanos chamam aos não-muçulmanos.

Hodri Ariev, um dos líderes na Indonésia do Nahdlatul Ulama, disse à CNA que "eliminar a teologia por trás deste ataque requer um esforço sério e cooperação entre os ulama (especialistas islâmicos) e o Governo" na Indonésia, o país que tem mais muçulmanos no mundo.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, também condenou os "atos de terrorismo" e disse que ordenou que a polícia "investigue as redes dos agressores e rastreie as redes até suas raízes".

"Convido todos os membros da sociedade a lutarem juntos contra o terrorismo e o radicalismo que são contrários aos nossos valores religiosos e aos nossos nobres valores como uma nação que apoia os valores divinos e os da diversidade", indicou o presidente em uma declaração no palácio presidencial de Bogor.

O presidente também se ofereceu para pagar o atendimento médico das vítimas e incentivou os cidadãos a não deixarem de frequentar os locais de culto.

O ataque ocorreu na catedral católica em Makassar, capital da província de Sulawesi, enquanto os fiéis estavam saindo do templo.

Pe. Wilhelmus Tulak, que presidiu a missa do Domingo de Ramos, disse que a explosão ocorreu por volta das 10h30 (horário local).

Antes da explosão, um homem e uma mulher tentaram entrar de motocicleta por uma das entradas do local, mas foram barrados pelos seguranças.

Makassar é o quinto maior centro urbano da Indonésia. O país tem cerca de 270 milhões de habitantes, dos quais 27 milhões são cristãos. Destes, cerca de oito milhões são católicos.

Vários líderes católicos em todo o mundo expressaram seu pesar pelo ataque. O Arcebispo Eric de Moulins-Beautfort, presidente da Conferência Episcopal Francesa, disse que os católicos da França se unem aos fiéis da Indonésia em oração.

Do Vaticano, o Papa Francisco também ofereceu suas orações pelas vítimas.

Alessandro Monteduro, diretor da ACN na Itália, pediu aos países onde os cristãos são perseguidos que aumentem as medidas de segurança na Semana Santa e na Páscoa.

"O calendário do terror continua alinhado com o litúrgico", disse Monteduro

"Esperamos que as forças policiais das nações onde atuam esses grupos extremistas islâmicos aumentem as medidas de segurança para garantir aos fiéis uma participação pacífica nas celebrações da Semana Santa e da Páscoa", acrescentou.

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