BRASILIA, Mar 30, 2021 / 10:08 am
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial e a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) promovem na próxima quinta-feira, 1º de abril, um Dia de Oração dedicada à paz em Mianmar, em razão da violência que o país enfrenta como consequência do golpe de estado de 1º de fevereiro.
"Esse povo tem enfrentado dias muito difíceis e conta com nosso apoio por meio de orações e sintonia. A Igreja em Mianmar precisa de nosso sustento orante e nossa fraternidade", afirma vídeo de divulgação da iniciativa, ao convidar todos a participarem do dia de oração por Mianmar, em 1º de abril. "Sua oração é muito importante para esse povo que sofre", acrescenta.
O Dia de Oração dedicado à paz em Mianmar acontecerá exatamente na Quinta-feira Santa, um dia especial, em que "Nosso Senhor nos propõe o mandamento do amor e do serviço", como ressaltou o assessor da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, Padre Daniel Rocchetti.
Segundo os organizadores, este Dia de Oração faz parte de um primeiro passo de uma série, na qual se sublinha o valor da oração como "agir missionário". Conforme explicou Pe. Rocchetti, trata-se de uma iniciativa "escolhida para ser realizada no dia primeiro de cada mês, em memória a Santa Teresinha, padroeira das missões".
O assessor sublinhou que "é muito comum nós entendermos a missão como atividade missionária ou como contribuição econômica, mas ainda é muito falha a ideia de que a oração é a primeira grande contribuição para a missão", o que será promovido por esta iniciativa.
Nos próximos meses, a iniciativa também promoverá a oração por outros locais em conflito, buscando rezar "por uma situação, por um país, pelos cristãos que estão naquela determinada localidade e que a gente precisa sustentá-los" pela oração.
Conflito em Mianmar
Mianmar vem registrando confrontos sangrentos entre as forças de segurança e manifestantes contra o golpe de Estado militar de 1º de fevereiro que derrubou a líder Aung San Suu Kyi.
Os militares declararam estado de emergência por um ano e colocaram o general Min Aung Hlaing no comando do país.
O último sábado, 27 de março, segundo a imprensa internacional, foi o dia mais sangrento do conflito no país. A ONU estima que 107 pessoas morreram, entre as quais 7 crianças.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas rejeitou o golpe e pediu "a libertação de todos os detidos, o respeito aos direitos humanos evitando o uso da violência e a restauração do processo democrático".
Em diferentes situações, o Papa Francisco expressou sua preocupação pelo conflito vivido em Mianmar e rezou pelo país. Durante a oração do Ângelus no dia 7 de fevereiro, o Santo Padre pediu para promover "a justiça social e a estabilidade nacional, para uma convivência harmoniosa".
O Papa declarou que acompanhava "com grande preocupação a evolução da situação que se criou em Mianmar, um país que, desde a minha visita apostólica de 2017, carrego no coração com muito afeto".
Ao concluir a Audiência Geral do dia 3 de março, o Pontífice lamentou que "ainda estão chegando de Mianmar notícias tristes de sangrentos confrontos, com perdas de vidas humanas".
"Gostaria de chamar a atenção das autoridades envolvidas para que o diálogo prevaleça sobre a repressão e a harmonia sobre a discórdia. Dirijo um apelo também à comunidade internacional, para que atue a fim de que as aspirações do povo de Mianmar não sejam sufocadas pela violência".
"Que aos jovens daquela amada terra seja concedida a esperança de um futuro onde o ódio e a injustiça deem lugar ao encontro e à reconciliação. Repito, finalmente, o desejo expresso há um mês: que o caminho rumo à democracia empreendido nos últimos anos por Mianmar possa ser retomado através do gesto concreto da libertação dos vários líderes políticos presos", disse o Papa Francisco.
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