16 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco na Segunda-feira do Anjo: nunca nos cansemos de procurar o Cristo ressuscitado

Papa Francisco. | Vatican Media

Ao meio-dia, hora de Roma, o Papa Francisco recordou a Segunda-feira do Anjo, rezando com os fiéis o Regina Caeli e oferecendo uma reflexão sobre a Ressurreição. O Santo Padre afirmou no seu discurso que não devemos jamais cansar-nos de buscar o Cristo Ressuscitado que concede a paz do coração àqueles que o encontram.

A seguir, a íntegra do discurso do Papa Francisco pela Segunda-feira do Anjo:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A segunda-feira após a Páscoa também é chamada de Segunda-feira do Anjo, porque nos lembramos do encontro do anjo com as mulheres junto do túmulo de Jesus (cf. Mt 28:1-15).

A elas, o anjo diz: "Eu sei que procuram Jesus, o Crucificado. Ele não está aqui, ressuscitou" (vv. 5-6). Esta expressão "tem ressuscitado " vai além das capacidades humanas. Mesmo as mulheres que tinham ido para o túmulo e o encontraram aberto e vazio, não podiam dizer: "Ele ressuscitou"; mas apenas afirmar que a tumba estava vazia.

Que Jesus tinha ressuscitado é uma mensagem que só um anjo poderia dar.

Um anjo com poder de ser um anunciador enviado do Céu, com poder dado por Deus para dizê-lo. Assim como somente um anjo poderia dizer a Maria: "Conceberás um filho [...] e será chamado de Filho do Altíssimo" (Lc 1:31).

Por isso chamamos segunda-feira do anjo, porque só um anjo com o poder de Deus, podia dizer: Jesus Ressuscitou!

O Evangelista Mateus narra que naquele amanhecer de Páscoa "houve um grande tremor de terra: o Anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra da tumba, e sentou-se sobre ela" (cf. v. 2). Aquela enorme pedra, que deveria ter sido o selo da vitória do mal e da morte, ficou sob os pés do Anjo do Senhor, tornou-se seu esteio.

Todos os projetos e defesas de inimigos e Perseguidores de Jesus foram vãos. Os selos todos caíram. A imagem do anjo sentado na pedra do túmulo é a manifestação concreta, manifestação visual da vitória de Deus sobre o mal, da vitória de Cristo sobre o príncipe deste mundo, da luz sobre a escuridão.

O túmulo de Jesus não foi aberto por um fenômeno físico, mas pela intervenção do Senhor. A aparência do anjo, Mateus acrescenta, "era como a de um relâmpago, e suas roupas eram brancas como a neve" (v. 3). Esses detalhes são símbolos que afirmam a intervenção do próprio Deus, portador de uma nova era, dos últimos tempos da história, porque com a Ressurreição de Jesus começa o último tempo da história. Poderá durar milhares de anos, mas são os últimos tempos.

Diante dessa intervenção de Deus, ocorre uma dupla reação.

Aquela dos guardas, que não conseguem enfrentar a força esmagadora de Deus e são transtornados por um terremoto interior: "ficaram como mortos" (cf. v. 4).

O poder da Ressurreição derruba aqueles que tinham sido usados para garantir a aparente vitória da morte.

O que deveriam ter feito aqueles guardas? Deveriam ter ido até aqueles que lhe deram as ordens de vigiar o sepulcro e dizer-lhes a verdade. Estavam diante de uma opção: ou dizer a verdade ou deixar-se convencer pelos mesmos que lhe deram ordens de vigiar. E o único modo de convencê-los, era o dinheiro. Estes pobres homens venderam a verdade... e com o dinheiro no bolso foram dizer: os seus discípulos vieram e roubaram o seu corpo.

O Senhor dinheiro... Mesmo aqui no próprio episódio da Ressurreição de Cristo ele é capaz de fazer que esta seja negada.

A reação das mulheres, no entanto, é muito diferente, porque elas são convidadas expressamente pelo anjo do Senhor a não temer: "Não temam!" (v. 5) e não procurem Jesus no túmulo.

A partir das palavras do anjo podemos reunir um ensinamento valioso: nunca nos cansemos de

procurar o Cristo ressuscitado, que dá vida em abundância a todos que o encontram. Encontrar Cristo ressuscitado significa descobrir a paz do coração. As próprias mulheres do evangelho, depois da turbação inicial, que é compreensível, experimentam grande alegria em reencontrar o Mestre vivo (cf. vv. 8-9). Nesta temporada de Páscoa, eu gostaria que todos fizessem a mesma experiência espiritual, acolhendo em seus corações, casas e famílias o alegre anúncio da Páscoa: "O Cristo ressuscitado não morre mais, pois a morte não tem mais poder sobre Ele".

O Anúncio da Páscoa de que Cristo está vivo, Ele acompanha minha vida, Ele está junto de mim... Cristo toca a porta do meu coração porque está vivo! Nestes dias pascoais nos fará bem dizer isso: o Senhor vive!

Essa certeza nos leva a rezar, hoje e durante todo o período da Páscoa: "Regina Caeli, laetare...

Isto é, Rainha do Céu, alegra-te. O anjo Gabriel saudou Maria desta forma pela primeira vez: "Alegra-te, cheia de graça!" (Lc 1,28).

Agora a alegria de Maria está plena: Jesus vive, o amor prevaleceu. Que esta seja também a nossa alegria!

Mensagem aos enfermos e anciãos: O Papa está próximo de vós!

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No final da alocução, o Santo Padre rezou o Regina Caeli e dirigiu uma saudação a todos os fiéis que o acompanharam pelos meios de comunicação e, em particular, aos anciãos e enfermos, a quem garantiu sua proximidade:

"Caros irmãos e irmãs, no clima pascal que caracteriza o dia de hoje, saúdo com afeto a todos vocês, que participam pelos meios de comunicação social desta oração.

Meu pensamento se dirige especialmente aos anciãos, aos enfermos, que assistem da sua casa, ou de uma casa de repouso ou de cura. A eles, envio uma palavra de encorajamento e reconhecimento pelo seu testemunho: estou próximo de vós.

A todos desejo que transcorram com fé estes dias de oitava de páscoa, nos quais se prolongam a memória da ressurreição de Cristo. Aproveitem cada boa ocasião de serem testemunhos da alegria e da paz do Senhor ressuscitado!

Boa, Serena, e boa pascoa a todos e por favor, não se esqueçam de rezar por mim.

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